Sobreviventes do Ebola

Mamadee, 11 anos, foi admitido ao centro de tratamento de Ebola em Foya, na Libéria, no dia 15 de agosto. Ele testou positivo para o Ebola, mas se recuperou, e teve alta no dia 4 de setembro. . Ninguém diria que Mamadee estava infectado com o vírus mortal. (Foto: Martin Zinggl/MSF)
Hawa, 19 anos, é de Shegbwema, Serra Leoa. Ela foi infectada com o vírus Ebola quando uma amostra de sangue de seu sogro, que tinha a doença, espirrou nela acidentalmente. Uma semana depois, ela começou a ter febre e dores de cabeça. “Eu estava muito fraca nos primeiros dois dias. Não consigo me lembrar o que houve exatamente. Lembro do cheiro de comida, mas eu não podia comer”, conta. Hawa ficou no centro de tratamento de MSF por mais de três semanas, para, depois, retornar saudável para sua casa. “Agora eu estou bem, estou forte. Quero ver minha filha, estou pronta para ver meu bebê. Eu sinto a falta dela, e sei que não há nada de errado com ela. Meu marido ficará em minha mente e em meu coração.” No momento em que a foto foi tirada, o marido de Hawa ainda estava em tratamento para a doença. (Foto: P.K. Lee/MSF)
Idrissa, 23 anos, é marido de Hawa e está no centro de tratamento de Ebola de MSF em Kailahun, Serra Leoa, há um mês. “Já estive muito doente, fiquei inconsciente. Mas, agora, sinto-me melhor. Não tenho medo de voltar ao meu vilarejo porque MSF vai me dar o certificado de alta, para mostrar às pessoas que não tenho mais Ebola. Quero ser liberado o quanto antes para ver minha esposa e minha filha”, conta. Idrissa, que é professor de matemática, disse que vai levar para a sala de aula informações sobre a necessidade de as pessoas com sintomas buscarem os centros de tratamento. “Alguns ainda têm medo de vir ao centro. Pensam que, aqui, morrerão. Mas se eu não tivesse vindo, não me recuperaria”, explica. (Foto: P.K. Lee/MSF)
Jattu, seu marido e sua filha de dois anos, Rosaline, foram infectados com Ebola na região de Daru, uma das mais afetadas no distrito de Kailahun. O marido começou a se sentir mal após ter ido a um funeral e, dias depois, Jattu e Rosaline também adoeceram. Quando elas chegaram ao centro de tratamento de MSF, Jattu estava muito doente e as chances de sobrevivência pareciam ínfimas. Mas, para a surpresa e motivação da equipe médica, ambas sobreviveram. Depois de duas semanas no centro, Jattu e sua filha foram liberadas no mesmo dia, e seu marido também se recuperou. Em meio a uma epidemia que tem deixado tantos órfãos, é uma alegria imensa toda uma família ter se recuperado da doença. (Foto: P.K. Lee/MSF)
Sandi, 9 anos, é de Pendembo, em Kailahun, distrito severamente atingido pela epidemia de Ebola. Duas ambulâncias de MSF foram buscá-lo, juntamente com outros pacientes, para levá-lo ao centro de tratamento de Ebola da organização. Ele foi o único a receber alta após três semanas de cuidados. A promotora de saúde de MSF, Ella Watson-Stryker, mostra o certificado de alta ao irmão de Sandi e diz: “Ele é um menino muito forte, e não tem mais Ebola. Sempre ajudou a cuidar das crianças menores e toda a equipe gosta muito dele.” (Foto: P.K. Lee/MSF)
Ezekial, sobrevivente de Ebola, pula de alegria ao ser liberado do centro de tratamento Elwa 3, administrando por MSF na Libéria. “Vou jogar futebol hoje mesmo”, diz. (Foto: Morgana Wingard)
“Eu não acreditava que o Ebola era real. Antes de adoecer, eu e meus amigos nos juntávamos para beber cerveja preta, fingindo que era medicamento para o Ebola. Não muito depois disso, comecei a apresentar os sintomas da malária. Depois, passei a vomitar e ter diarreia. Ainda que minha família não tivesse certeza que era Ebola, tomamos precauções: sempre que eu vomitava, minha mulher desinfetava o local, e ela e minha filha deixaram de dormir no mesmo quarto que eu. Por causa dessas medidas, até hoje, fui o único membro de minha família que se infectou com o Ebola. Minhas condições pioravam diariamente, e, então, tomei a decisão de ir ao centro de tratamento. Depois de confirmada a infecção, fui tratado por nove dias e, depois, liberado. Conto minha história para inspirar outras pessoas com a doença. O Ebola não é uma sentença de morte”, conta Zayzay Mulba, que hoje trabalha no centro de tratamento de MSF em Monróvia, na Libéria. (Foto: Malin Lager/MSF)
Toda a família de Salome Karwah foi infectada com Ebola: pais, noivo e irmã. “Pensei que seria o fim de tudo, porque eu ouvia as pessoas dizendo que se você pega Ebola, morre.” Depois de alguns dias no isolamento, as condições de saúde de Salome pioraram muito, e os enfermeiros é que tinham de banhá-la, trocar suas roupas e alimentá-la. “Eu sentia dores dentro do meu corpo. O Ebola causa tanta dor que você sente nos ossos. Nunca tinha sentido dor assim”, explica. Os pais de Salome vieram a falecer. “Depois de 18 dias de tratamento, eu estava curada, e minha vida recomeçaria. Hoje, ajudo pessoas infectadas com o vírus em sua recuperação. Encorajo-as a comerem, ainda que sem apetite, e a tomarem banho, se não tiverem forças. Conto a minha história para inspirá-las, para que saibam que podem sobreviver”, diz Salome. (Foto: Adolphus Mawolo/MSF)
Este é Kollie James, o 1000º paciente a sobreviver ao Ebola. Sua batalha contra a doença foi uma enorme superação para ele, mas também para seu pai, que já havia perdido a esposa, o irmão e duas filhas para o vírus. Kollie recebeu cuidados no centro de tratamento de Ebola em Foya, na Libéria. Hoje, curado, ele faz planos de estudar biologia, para se tornar médico. (Foto: Katy Athersuch/MSF)

É verdade que o Ebola é um vírus com alto índice de letalidade, que mata, em média, 6 em cada 10 pacientes infectados. É verdade que a epidemia já levou mais de 4 mil vidas e continua sendo uma enorme preocupação. Mas há quem sobreviva. E são essas pessoas que inspiram a recuperação de pacientes e os profissionais de saúde de Médicos Sem Fronteiras a continuarem a batalha contra esse vírus. Muitas outras poderão sobreviver se países com capacidade de ajuda enviarem pessoal qualificado e suprimentos, como, por exemplo, ambulâncias. Conheça algumas dessas histórias e compartilhe a esperança com seus amigos!
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