Surto de cólera chega às áreas rurais do Haiti

Na capital, Porto Príncipe, número de infectados ainda é elevado

O surto de cólera que atinge o Haiti desde outubro agora está se espalhando pelo interior do país. O número de infectados na capital, Porto Príncipe, ainda é preocupante. Entre os dias 22 e 28 de novembro, a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) atendeu mais de 41 mil pessoas com sintomas de cólera. “O número de casos nas zonas rurais está aumentando, o que vai exigir esforços ainda maiores de prevenção, como fornecimento de água tratada e clorada, saneamento e centros de reidratação”, diz o diretor executivo de Médicos Sem Fronteiras no Brasil, Tyler Fainstat.

A organização está trabalhando em centros especializados de tratamento em Porto Príncipe, na região de Artibonite, no norte e no nordeste do país. MSF já montou 30 Centros de Tratamento de Cólera (CTCs) no país. Só em Porto Príncipe são 13. As equipes estão atendendo 1,2 mil novos casos por dia. Essas estruturas têm uma capacidade de hospitalização de 3,2 mil leitos. Desse total, cerca de mil ficam na capital.

Para atender um contingente tão grande de pessoas, a organização mantém mais de mil profissionais haitianos e 150 estrangeiros, trabalhando exclusivamente no tratamento da cólera. As seguintes ações precisam ser priorizadas:• Tranquilizar a população assustada com uma doença que é completamente desconhecida no país, comunicando inclusive sobre o baixo risco e os benefícios de ter centros de tratamento adequados e bem gerenciados nas proximidades das comunidades;

• Fornecer água clorada e sabão para as comunidades afetadas e em risco de contaminação;

• Construir latrinas e remover resíduos com segurança, regularmente;

• Assegurar a gestão e remoção dos resíduos nas unidades médicas para evitar contaminação;

• Construir aterros adequados e controlados próximos a áreas urbanas;

• Montar pontos de reidratação oral em áreas onde casos de cólera estão aparecendo;

• Manter uma rede segura e eficiente para o encaminhamento dos casos graves para centros de tratamento da cólera;

• Assegurar a remoção segura dos mortos e sepultamento adequado dos corpos.

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