Na Bulgária, Médicos Sem Fronteiras (MSF) ajuda migrantes, refugiados e requerentes de asilo que chegam a Harmanli, a 50 quilômetros da fronteira turco-grega, onde está localizado o maior centro de acolhimento aberto do país. 

Para as pessoas em deslocamento, a viagem de inverno a pé através da Turquia até a Bulgária é particularmente penosa. As duras condições climáticas e a falta de acesso a abrigo, alimentação e saneamento têm um impacto negativo na sua saúde física e mental. Uma vez em Harmanli, os problemas de saúde existentes são agravados pelas péssimas condições de vida e pela falta de higiene no centro de acolhimento. 

MSF começou a prestar cuidados médicos no centro de acolhimento de Harmanli em julho de 2023. Desde então, nossas equipes têm prestado cuidados de saúde geral, sexual e reprodutiva, tratando pacientes com doenças crônicas e implementando medidas de prevenção e controle para limitar a propagação de infecções. Nossa equipe também se coordena com as autoridades de saúde para encaminhar pacientes que necessitam de atendimento especializado aos hospitais. 

A Bulgária tem uma escassez de profissionais de saúde, o que limita a capacidade das autoridades de fornecer uma resposta médica eficaz em Harmanli. Os migrantes têm direito a cuidados médicos especializados gratuitos com encaminhamento de um clínico geral (CG) registrado, mas a disponibilidade irregular de clínica geral na região central do país dificulta obter uma consulta e um encaminhamento quando necessário. 

Harmanli também precisa de apoio de saúde mental, serviços sociojurídicos e intérpretes para ajudar refugiados e requerentes de asilo com procedimentos administrativos, registro e consultas médicas. A proteção é outra questão fundamental no centro, uma vez que as áreas seguras para menores desacompanhados ainda estão em desenvolvimento. 

Muitas das pessoas em Harmanli deixaram países em conflito ou em situação de turbulência, como a Síria e o Afeganistão, e dirigiram-se para a Turquia em busca de segurança e proteção. Mas, depois dos terramotos devastadores que atingiram o Sul da Turquia em fevereiro, muitos sentiram que não tinham outra escolha senão continuar a viagem. 

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