Johnny Vianney Bissakonou/MSF

Após a início do conflito no vizinho Sudão, em abril de 2023, Médicos Sem Fronteiras (MSF) lançou uma resposta de emergência em grande escala para ajudar os milhares de refugiados que chegavam ao leste do Chade. 

Na região de Ouaddaï, onde já trabalhávamos, nossas equipes rapidamente intensificaram as atividades de assistência às pessoas deslocadas pela violência. Prestamos cuidados de saúde em vários locais, incluindo Adré, Goungour e Koufroun, e realizamos campanhas de vacinação contra o sarampo com o Ministério da Saúde. 

Em junho, mais de 850 sudaneses com ferimentos de guerra, a maioria feridos a bala, chegaram ao hospital Adré em apenas três dias – um dos maiores afluxos de feridos com que MSF já teve de lidar. Com a unidade cirúrgica sobrecarregada, montamos rapidamente um hospital de campanha com 200 leitos. 

No mesmo mês, centenas de milhares de pessoas anteriormente retidas no estado sudanês de Darfur Ocidental começaram a chegar ao leste do Chade. Isto aumentou dramaticamente a necessidade de cuidados de saúde, abrigo, alimentação, água e saneamento em locais onde os recursos já eram escassos. Em resposta, abrimos uma clínica no campo transitório de Adré e expandimos os nossos serviços de emergência para incluir pediatria, saúde da mulher, medicina de emergência, apoio à saúde mental, e tratamento para subnutrição e vítimas de violência sexual em Adré e nos recém-criados campos de Arkoum, Ourang e Metché. 

Apoiamos o centro de saúde e abrimos dois postos de saúde em Arkoum e construímos um hospital de campanha em Ourang. No final do ano, começamos a construir outra unidade de internação em Metché. Nossas equipes também distribuíram água e construíram banheiros em todos estes locais. 

Além de prestar assistência de emergência aos refugiados, uma das nossas prioridades no Chade em 2023 foi apoiar campanhas de imunização e melhorar o programa de vacinação de rotina. Em janeiro, trabalhamos com as autoridades de saúde para vacinar centenas de milhares de crianças contra o sarampo, num esforço para conter a epidemia na capital, N’Djamena. Também fornecemos vacinas em 15 acampamentos nômades na cidade e mais a sul, nas regiões de Tandjile e Moyenne Chari. Após os confrontos intercomunitários na região de Logone Oriental, apoiamos as unidades de saúde no tratamento dos feridos e transferimos os pacientes que necessitavam de cuidados cirúrgicos para o hospital Moundou. 

Continuamos a parceria com o Ministério da Saúde para melhorar o acesso aos cuidados de saúde pediátricos, obstétricos e maternos em Moissala, bem como aos serviços para crianças, incluindo o tratamento da subnutrição, em Massakory e N’Djamena. Também ajudamos a renovar as instalações na capital, criando um banco de sangue no Hospital Toukra e construindo uma nova sala de urgências no Hospital Gozator, depois de a anterior ter sido destruída por um incêndio. 

MSF também está trabalhando para desenvolver cuidados de saúde comunitários para prevenir e tratar a malária e outras doenças comuns, treinando equipes e apoiando centros de saúde e programas de saúde locais em Massakory, Moissala e Sila. 

 

Dados referentes a 2023

1.358.900

Vacinas contra o sarampo em resposta a um surto

173.19

milhões de litros de água distribuídos

63.100

Internações de crianças em programas de alimentação ambulatorial

1.230

Equivalente em tempo integral

29.700

Pacientes internados em hospitais

57,8 milhões de euros

Despesas

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