Febre de Marburg

Durante a primeira epidemia da doença – que ocorreu em 1999 e 2000, na República Democrática do Congo –, a taxa de mortalidade chegou a 70% dos casos.

Um surto grave da febre, envolvendo dois grandes centros, Marburg (Alemanha) e Belgrado (Sérvia), levou ao reconhecimento inicial da doença.

A epidemia é associada a laboratórios que realizavam pesquisas com macacos verdes (Cercopithecus aethiops) oriundos de Uganda. Posteriormente, surtos e casos esporádicos foram identificados em Angola, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda.

A taxa média de mortalidade entre os casos da doença é de cerca de 50%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). As taxas de mortalidade variaram de 24% a 88% em surtos anteriores, dependendo da cepa do vírus e do gerenciamento de casos.

1.

Transmissão

Rousettus aegyptiacus, morcegos frugívoros da família Pteropodidae, são considerados hospedeiros naturais do vírus Marburg. A febre de Marburg é transmitida pelo sangue, líquidos biológicos, secreções e tecido humano ou animal infectado. Aqueles que entram em contato com pacientes infectados têm alto risco de contaminação. O período de incubação do vírus que causa a doença – intervalo entre o momento em que a pessoa contrai o vírus e a manifestação da doença – é estimado entre três e 10 dias.

A fase aguda da enfermidade se dá entre sete e 15 dias após os primeiros sintomas.

Rituais funerários dos pacientes que falecem em decorrência da febre de Marburg, caso envolvam contato direto com o corpo, também colaboram para a transmissão do vírus. O contato com certos animais infectados, como macacos e antílopes, vivos ou mortos, são outra fonte de infecção. Por isso, instruir as comunidades atingidas pela febre sobre a doença e as precauções para reduzir o risco de contaminação é fundamental.

2.

Diagnóstico

A infecção é confirmada pela análise de amostras de sangue, saliva ou urina.

Os anticorpos e até mesmo o vírus podem ser evidenciados por diferentes análises em laboratórios especializados.

3.

Tratamento

Infelizmente, não existe tratamento específico contra a doença, o que a torna fatal em grande parte dos casos (24 a 88%). No entanto, há vários produtos medicamentosos e terapias em desenvolvimento. Os tratamentos de apoio (combate à desidratação, tratamento empírico para infecções associadas) e de conforto podem ser úteis.

A única forma de prevenção existente é o isolamento dos doentes e a utilização de trajes específicos para aqueles com risco de contaminação. Normas rígidas de proteção devem ser tomadas: os pacientes são isolados, a equipe médica usa macacões impermeáveis, luvas e máscaras. Áreas de descontaminação são instaladas entre o isolamento dos pacientes e o ambiente exterior. É igualmente importante refazer a cadeia de contatos dos pacientes para examinar os potenciais infectados e avaliar se há necessidade de isolar essas pessoas.

4.

Atividades

MSF enviou para Uganda, país que presenciou um surto da doença em setembro de 2017, duas equipes para gerenciar os novos casos, apoiar na detecção e dar suporte ao tratamento. MSF também instalou dois centros de tratamento com 10 leitos cada para monitoramento dos pacientes. Além disso, temos apoiado o uso de medicamentos antivirais no tratamento e profilaxia de Marburg, com o objetivo de reduzir a mortalidade da doença. O surto foi contido em dezembro do mesmo ano.

Esta página foi atualizada em agosto de 2022.

Volte e continue navegando pelas atividades médicas em que MSF atua em mais de 80 países.