O impacto positivo das vacinas na saúde pública é amplamente divulgado. No século passado, a vacina ajudou a erradicar a varíola e a reduzir significativamente as doenças transmissíveis infantis, como a difteria e o sarampo.

A cada ano, estima-se que a imunização previna entre 3,5 e 5 milhões de mortes. De acordo com a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (GAVI), a introdução de novas vacinas, como a anti-pneumocócica e a contra o rotavírus, tende a aumentar significativamente o número de vidas salvas.

Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que desde o início da pandemia de COVID-19, campanhas de vacinação em muitos países foram canceladas ou adiadas, enquanto os recursos de saúde são redirecionados para o combate ao coronavírus. Em 2020, 23 milhões de crianças não foram vacinadas, cerca de 3,7 milhões mais do que em 2019. O número é o mais alto registrado desde 2009. Médicos Sem Fronteiras (MSF) está fazendo tudo o que pode para continuar as atividades de imunização em nossos projetos em todo o mundo, ao mesmo tempo em que protege pacientes e equipes médicas contra a COVID-19.

1.

Cobertura vacinal

Evidentemente, a cobertura vacinal é menor em regiões isoladas, áreas que estão particularmente empobrecidas e locais onde a instabilidade representa barreiras de acesso para aqueles que querem ser vacinados ou vacinar seus filhos. Cerca de 60% das crianças não vacinadas no mundo inteiro vivem em dez países: Índia, Nigéria, República Democrática do Congo, Paquistão, Indonésia, Etiópia, Brasil, Filipinas, Angola e México. Cerca de 17 milhões dessas crianças não receberam nenhuma vacina.

2.

Desafio

Mesmo a mais efetiva das vacinas não surte efeito em lugares como esses ou em muitas outras nações e regiões, a menos que sejam adaptadas às condições locais. Isso significa que é preciso desenvolver vacinas que possam ser transportadas sem necessidade de cadeia de frio, porque eletricidade e gelo podem ser difíceis de encontrar em muitos países tropicais cujas infraestruturas são limitadas. Pode demorar horas ou dias para que as vacinas cheguem a algumas comunidades isoladas vulneráveis a doenças passíveis de prevenção.

3.

Preços

O preço das vacinas é afetado por uma variedade de fatores, incluindo o número de fornecedores, a tecnologia necessária para produção, o período de disponibilidade de um produto e o volume da demanda que o fornecedor calcula. Preços acessíveis fazem com que os países possam proteger mais pessoas contra doenças fatais e são, também, essenciais para a criação de programas nacionais de imunização sustentáveis a longo prazo.

Para permitir que países em desenvolvimento tenham acesso às novas vacinas contra doenças como hepatite B, pneumonia, diarreia e meningite, alguns países de baixa renda são elegíveis ao suporte financeiro por meio da GAVI, que utiliza recursos providos por governos e organizações para adquirir grande parte das vacinas através do Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef. Agrupando demandas e fazendo a compra em quantidade, o Unicef pode conseguir preços mais baratos do que se os países negociassem individualmente.

​Outra tática para redução de preços é garantir que mais fabricantes produzam vacinas similares, para que se tornem fornecedores constantes e garantam a competição entre produtores.

4.

Atividades

MSF vacina mais de 10 milhões de crianças todos os anos contra doenças como sarampo, meningite e pneumonia. Em países onde a cobertura vacinal é geralmente baixa, MSF trabalha para oferecer as vacinas de rotina para todas as crianças com menos de cinco anos como parte do programa de cuidados de saúde básicos. No programa, estão incluídas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde: DTP (difteria, tétano e coqueluche), hepatite B, Hemophilius influenzae tipo b (Hib), BCG (contra tuberculose), papilomavírus humano (HPV), sarampo, poliomielite e rotavírus.

Além disso, a imunização é elemento fundamental da resposta de MSF a surtos de sarampo, febre amarela e meningite. Frequentemente, as equipes estão envolvidas em campanhas de vacinação de larga escala, trabalhando para disseminar o conhecimento na comunidade sobre os benefícios da imunização e estruturar postos de vacinação em locais onde é comum que a comunidade se reúna. Uma campanha típica dura de duas a três semanas e pode atender centenas de milhares de pessoas.

A Campanha de Acesso a Medicamentos de MSF desenvolve pesquisas e estratégias de campanhas com o objetivo de ampliar o acesso à vacinação de rotina nos países mais necessitados. À medida que MSF celebra o aumento da atenção voltada para as vacinas e o esforço despendido para que investimentos significativos fossem aplicados em pesquisa e desenvolvimento associados à estratégia da “Década das Vacinas”, a organização continua extremamente preocupada com o fato de que os resultados desses esforços excluem muitas das crianças que atualmente não estão vacinadas.

Em 2020, MSF vacinou mais de um milhão de pessoas apenas contra o sarampo.

Página atualizada em julho de 2022.

Volte e continue navegando pelas atividades médicas em que MSF atua em mais de 80 países.