Kelly Cavalete, enfermeira, conta sobre sua primeira missão familiar, em Maputo

Parte 1 – 18 de fevereiro de 2011, Maputo, Moçambique

Mais uma vez estou aqui, escrevendo meu diário de bordo para dividir com os leitores um pouco do que vivo em missão. Dessa vez estou em  Moçambique, na capital Maputo. Esta não é minha primeira missão e nem meu primeiro diário de bordo. Minha vida MSF começou em 2007, parece que foi ontem, porém muitas coisas mudaram e hoje é assim que me refiro ao meu trabalho: “minha vida MSF”.

Outro dia ouvi de uma colega que o trabalho com Médicos Sem Fronteiras (MSF) não permite separar o lado pessoal do lado profissional, e eu penso que ela tem toda a razão. Nesse trabalho nossas emoções, nossos lazeres, nossas preocupações, nossos relacionamentos se misturam, nossa vida é uma só e não há como separar.

Esta é a minha primeira missão familiar, ou seja, tenho a oportunidade de estar com a minha família na cidade em que trabalho. Missões familiares não são muito comuns, depende muito do tipo de projeto que é desenvolvido em cada cidade e do nível de segurança e estrutura dos locais.

Maputo é uma cidade que suporta uma vida familiar. Existem hospitais, escolas, restaurantes, farmácias, supermercados…e podemos sair nas ruas sem grandes riscos. Além disso, o projeto no qual eu trabalho necessita de pessoas que permaneçam por um tempo relativamente longo em missão para dar mais continuidade ao serviço.

Eu iniciei minha missão em agosto de 2010, cheguei em Maputo quando meu bebê completou 3 meses de vida. Foi um grande desafio voltar ao trabalho com o primeiro filho ainda tão novo e em uma cidade que eu até então não conhecia. Felizmente, meu marido, Bruno, também conseguiu uma missão na mesma cidade, no mesmo projeto, e isso foi um importante fator para aceitarmos esse desafio.

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