Kelly Cavalete, enfermeira, escreve sobre seu trabalho com HIV em Moçambique

Parte 3 – 7 de junho de 2011, Maputo, Moçambique

O verão está acabando e agora chega o frio aqui em Maputo.

O nosso projeto segue muito bem, a equipe está integrada e o componente mais recente já tem dois meses que está em missão, é o nosso coordenador da equipe médica, um congolês com vasta experiência com Médicos Sem Fronteiras e com projetos de HIV. O impressionante foi vê-lo aprender o português tão rapidamente.

Bem, com muitos experientes trabalhando na mesma linha, a equipe fica fácil de gerir.

O problema foi nos depararmos com casos de cólera nessa época do ano, na qual já havíamos descartado essa possibilidade. Durante as últimas semanas já tivemos 29 casos de cólera só na nossa região de trabalho.

O Ministério da Saúde tem agido rápido e conta, claro, com o apoio das várias organizações presentes no país. Da nossa parte, reabilitamos o Centro de Tratamento de Cólera da região para receber os internados. Conseguimos o feito em dois dias de muito trabalho em equipe.

Agora nos mantemos alerta para novos casos, vigilância epidemiológica a todo vapor. Também estamos promovendo palestras educativas frequentes. Nos centros de saúde que apoiamos, há distribuição de hipoclorito nas comunidades, realizada por outra organização, e conscientização dos trabalhadores de saúde.

Quanto ao HIV, nosso projeto recebeu aprovação de financiamento por mais três anos, o que é muito bom, pois de acordo com a realidade do país, haverá necessidade de apoio por muito tempo ainda em Moçambique.
 

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