Retornando para “casa”

Momentos de tensão e de muito aprendizado

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Data: 11/11/2015 – Um mês se passou e eu estou de volta a Bangassou. No dia 14 de outubro, nossa base, ou seja, nossa casa, foi invadida e depois de muito discutir decidimos deixar Bangassou. É muito difícil explicar como me senti ao entrar no avião, deixando tudo para trás e sem saber se eu voltaria ou não. Despedir-se das pessoas, da equipe com quem você trabalha todos os dias, deixar os projetos suspensos sem nenhuma certeza do que vai acontecer a seguir. Apesar de extremamente negativa, a experiência trouxe consequências positivas para mim. No fim das contas, passei praticamente um mês fora de Bangassou, contando uma curta estadia em Camarões para um momento pós-estresse em equipe e depois três semanas trabalhando na sede MSF de Bruxelas. A temporada trabalhando na sede de Bruxelas me ajudou a entender como funciona essa parte da estrutura MSF, que é responsável pela tomada de decisões, além de poder trabalhar diretamente com as pessoas com quem me comunicava quase diariamente.

Felizmente, o projeto Bangassou continua a todo vapor e pude voltar para “casa”. Rever a cidade, as pessoas, os pequenos detalhes, como a beira do rio e minha cadeira na varanda, me trouxeram um conforto que me ajudou a equilibrar a apreensão de voltar a um lugar que ao mesmo tempo me deixou uma imagem tão negativa. Uma grande parte da equipe já estava no fim do seu período previsto para permanência no projeto, outros optaram por não voltar. Encontrei uma nova equipe, novos amigos, mas, felizmente, a mesma Bangassou de sempre.

Beijos,

Vivi

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