Dúvidas sobre MSF

Foto: Nduati Mambo

As dúvidas mais comuns sobre MSF estão respondidas no FAQ abaixo. Se você não encontrou a informação que procura, envie uma mensagem com sua dúvida.

De onde vêm os recursos que mantém as atividades de MSF?

Cerca de 90% dos recursos de MSF vêm de doações privadas (pessoas físicas e jurídicas). Em todo o mundo, 6 milhões de pessoas contribuem para os projetos da organização em cerca de 70 países. Só no Brasil, temos cerca de 360 mil doadores. Isso garante nossa independência financeira e possibilita, por sua vez, a agilidade e a independência das nossas ações.

Confira o relatório anual com informações sobre as nossas atividades durante o ano de 2020.

Alguém já faleceu durante um projeto?

Infelizmente, já perdemos profissionais em acidentes, vítimas de doenças fatais e também de violência. MSF trabalha em muitos locais onde as condições são precárias e em contextos de conflito ou pós-conflito. Dessa maneira, há sempre algum risco nos projetos em campo, que varia de acordo com o local e o momento. Para lidar com isso da melhor forma, MSF avalia constantemente a situação de segurança e define sempre regras estritas que devem ser respeitadas por todos que trabalham conosco, minimizando assim a exposição ao risco. Também temos a preocupação de divulgar, em todos os contextos onde atuamos, que nosso trabalho é neutro, imparcial e independente. Acreditamos que essa postura também favorece a segurança dos nossos profissionais embora, infelizmente, não garanta que jamais seremos alvos de violência, como foi o caso em um de nossos projetos no Afeganistão, no qual perdemos cinco profissionais em um ataque em 2004, na Somália, no final de 2011, quando dois profissionais de MSF foram assassinados, e em Kunduz, também no Afeganistão, quando perdemos 14 profissionais depois de um bombardeio em 2015. É importante lembrar, no entanto, que, até o momento, as maiores ameaças à saúde de nossos profissionais são os acidentes de trânsito e a malária, e que todos os que trabalham conosco contam com seguros de saúde, de vida, incapacitação profissional, roubo de bagagem e repatriação.

De toda forma, o número de incidentes é baixo, levando-se em consideração a quantidade de profissionais enviados a campo todos os anos.

Como vocês fazem para garantir a segurança dos profissionais em locais de conflito?

MSF avalia constantemente a situação de segurança de cada país e define regras rigorosas que devem ser respeitadas por todos, minimizando, assim, a exposição ao risco. Temos, também, a preocupação de divulgar, em todos os contextos onde estamos, que nosso trabalho é neutro, imparcial e independente e que, portanto, não favorecemos politicamente, por exemplo, determinado grupo social, nem transmitimos valores religiosos.

Alguns exemplos de regras de segurança são: o toque de recolher a partir de um determinado horário; a obrigação de sempre andar com um rádio-comunicador ou celular ligado; informar sobre seus movimentos; não circular em zonas do país ou cidade previamente classificadas como inseguras; sempre andar acompanhado de um profissional local; sempre andar com uma identificação da organização (carros, casas e hospitais com bandeiras com nosso logotipo, camisetas, etc.); e ter um plano de evacuação, caso seja necessário.

A segurança também é responsabilidade do profissional, que deverá seguir todas as regras estabelecidas para o projeto em que está trabalhando.

Quem paga os custos referentes ao recrutamento, se houver?

Os custos com o recrutamento – passagem, acomodação e alimentação – são pagos pelo candidato.

Por que MSF não tem projeto no Brasil?

Médicos Sem Fronteiras é uma organização médico-humanitária que trabalha em situações de emergência provocadas por desastres naturais, conflitos, epidemias, desnutrição ou exclusão do acesso à saúde. Atuamos em contextos nos quais situações adversas afetam a vida e a saúde das pessoas e não há uma presença do Estado ou de outras organizações locais capazes de atender a essas necessidades. MSF já realizou projetos no Brasil de 1991 a 2009, em comunidades nas quais a violência fazia dos moradores reféns e impedia seu acesso à saúde. Ao longo dos anos, repassamos alguns de nossos projetos e a situação mudou. Hoje, respondemos a emergências pontuais, nas quais as necessidades médicas da população ultrapassam a capacidade do Estado de responder a elas. Além disso, temos um escritório no Brasil dedicado à captação de recursos, seleção de profissionais para trabalhar nos projetos de MSF pelo mundo, sensibilização do público sobre crises humanitárias e representação institucional junto a entidades brasileiras.

 

Nos últimos anos, houve enchentes em diferentes áreas do país na qual MSF não trabalhou. Por quê?

Antes de iniciar uma resposta de emergência, MSF realiza uma avaliação das necessidades de saúde da população e da capacidade de resposta do Estado e de outras organizações à situação. MSF só atua onde o Estado e organizações locais ou nacionais não conseguem responder, por falta de capacidade ou dificuldade de acesso. Quando já existe uma mobilização capaz de atender às necessidades de saúde da população, ou quando as necessidades maiores não são na área da saúde, o papel de MSF é limitado e, por isso, a organização não intervém.

Nós fizemos visitas para avaliar a situação durante as enchentes em Santa Catarina (2008) e no Maranhão (2009), na ocasião do deslizamento do Morro do Bumba, em Niterói (2010), e em meio à cheia do Rio Madeira, em Rondônia (2014), mas percebemos uma resposta eficaz por parte das autoridades locais e uma imensa mobilização da população. Ainda assim, a organização ministrou um treinamento médico para compartilhar sua experiência no tratamento da cólera e organizou um documento com medidas que poderiam ser adotadas localmente para conter um possível surto.

MSF já teve projetos no Brasil?

O enorme impacto da pandemia de COVID-19 no Brasil motivou o lançamento da maior operação de Médicos Sem Fronteiras (MSF) até hoje no país.

O Brasil, um país diversificado e populoso com acesso muito desigual à saúde em seu vasto território, foi o segundo mais afetado pela COVID-19 no mundo em 2020, em números absolutos de mortes. Até o final do ano, quase 200 mil pessoas haviam morrido pela doença. Centenas de profissionais de MSF, a maioria brasileiros, responderam à crise.

MSF chegou ao Brasil pela primeira vez há 30 anos, para responder a um surto de cólera na região amazônica. Desde então, apoiamos comunidades indígenas, migrantes, moradores de favelas e vítimas de catástrofes socioambientais em todo o país.

Clique aqui para saber mais sobre nossos projetos no Brasil

Como vocês escolhem os países onde trabalham?

A decisão sobre os locais onde realizamos projetos é sempre pautada pelas necessidades de saúde da população, e não por opiniões políticas, ideológicas ou religiosas, ou ditada por interesses econômicos. Para decidir pela abertura de um projeto, profissionais experientes da organização realizam uma avaliação in loco, por meio da qual analisam as condições de saúde da população; as instituições/organizações presentes; o possível papel de MSF no local, entre outros fatores. É feito um planejamento e, então, o projeto é iniciado. Procedemos de maneira semelhante para definir o fechamento dos nossos projetos.

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