MSF oferece treinamento médico ou outros? Em algumas situações, a capacitação de profissionais locais é parte das atividades necessárias para atingir os objetivos do projeto. Normalmente, esse treinamento é oferecido a equipes que já trabalham com a organização. Em situações excepcionais, realizamos treinamentos em nossas áreas de expertise para os quais são convidados profissionais de ministérios da saúde ou de outras instituições, como a capacitação para a oferta de cuidados de saúde mental a vitimas de desastres naturais, realizado, por exemplo, por ocasião das enchentes na Região Serrana do Rio de Janeiro, em 2011.
Quais são os projetos de saúde, em linhas gerais, que vocês desenvolvem? Trabalhamos prioritariamente com situações de emergência, mas oferecemos também serviços de saúde nas áreas da saúde básica, saúde da mulher e da criança, saúde de populações em deslocamento, doenças negligenciadas, saúde mental e cirurgias. Os projetos são sempre definidos de acordo com as necessidades da população e a existência ou não de organizações locais, governamentais ou não, capazes de suprir tais necessidades.Isso pode significar, em termos práticos: um hospital geral; um centro de nutrição infantil; uma clínica para vítimas de violência sexual; uma clínica voltada para uma doença específica (HIV/Aids, doença do sono, cólera, etc.); atendimento móvel; e campanhas de vacinação, entre outros projetos.
Onde MSF trabalha? Atualmente, MSF atua em cerca de 70 países. Esse número varia de acordo com a quantidade de projetos que são iniciados e encerrados a cada ano. Apesar de ser uma organização com foco em emergências, Médicos Sem Fronteiras atua também em emergências crônicas, como é o caso de países onde o sistema de saúde é praticamente inexistente ou inoperante, ou onde epidemias, como a de Aids, afetam um grande número de pessoas e o tratamento não é acessível. Em alguns desses países, a presença das equipes de MSF pode se estender por anos. Caso seja identificada a necessidade, diversos projetos com diferentes focos podem ser desenvolvidos em um mesmo país simultaneamente.
Quem são as pessoas que vocês atendem? Atendemos populações vítimas de conflitos armados, desnutrição, catástrofes naturais, epidemias e/ou falta de acesso a cuidados de saúde, sem discriminação de raça, credo, ideologia política, nacionalidade, gênero ou idade.
Quem financia as atividades? Médicos Sem Fronteiras é uma organização não governamental sem fins lucrativos, financiada quase que exclusivamente por doações privadas (cerca de 90% do total de recursos) vindas de indivíduos de todo o mundo. Isso é fundamental para mantermos a independência e a neutralidade de nossa atuação. Só no Brasil, cerca de 360 mil pessoas colaboram com MSF. O balanço anual da organização está disponível em nosso site e pode ser acessado por qualquer interessado.
Como MSF surgiu? A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) foi criada em 1971 por um grupo de jovens médicos e jornalistas franceses. MSF surgiu com o objetivo de levar cuidados de saúde a pessoas afetadas por conflitos armados, epidemias, desastres naturais, desnutrição e exclusão do acesso à saúde de forma independente, neutra e imparcial. Também é missão da organização chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelas pessoas atendidas em seus projetos.
Perguntas e respostas sobre a resposta de MSF ao Ebola e protocolos para profissionais humanitários que retornam da África Ocidental As informações a seguir foram compiladas para responder questões sobre os protocolos e práticas de Médicos Sem Fronteiras (MSF) referentes aos projetos de Ebola da organização na África Ocidental, assim como aos profissionais que trabalham nesses projetos. Como observado anteriormente, MSF não vai comentar sobre o tratamento e a condição do Dr. Craig Spencer, nosso colega que teve o diagnóstico de Ebola confirmado em 23 de outubro de 2014, pois ele está agora sob os cuidados do Bellevue Hospital, em Nova York. No entanto, MSF reforça o compromisso de ser transparente sobre seu trabalho, sobre as precauções que tomamos nesses e em outros programas em todo o mundo, e as providências que a organização está tomando em resposta a esse incidente específico para tranquilizar um público compreensivelmente ansioso e garantir a maior segurança possível para os nossos profissionais e pacientes.
Quantos profissionais internacionais começaram a mostrar sintomas de Ebola depois que voltaram para casa? Dos mais de 700 profissionais internacionais que trabalharam em nossos projetos de Ebola, Dr. Spencer é o primeiro e, até agora, o único. No entanto, MSF esteve durante meses em contato com as autoridades municipais e estaduais em todo o país, bem como o governo federal e o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC na sigla em inglês), preparando-se de forma única para este tipo de contingência (assim como o CDC e outras agências de saúde estaduais e federais estiveram em contato com MSF para saber mais sobre os nossos protocolos de segurança e de tratamento, que usaram para adaptar os seus próprios após o diagnóstico da primeira paciente com Ebola nos EUA, em Dallas). Sabemos que é impossível eliminar completamente o risco de infecção, mas a preparação rigorosa pode reduzir amplamente qualquer risco para as comunidades as quais retornam os profissionais vindos do campo. Sabemos também que MSF, como uma organização que tratou mais de 9 milhões de pacientes em todo o mundo em cerca de 70 países em 2013, só pode continuar a fazer esse trabalho se tomarmos todas as medidas possíveis para manter nossos profissionais de campo saudáveis antes, durante e depois de realizarem suas atividades.