Dado o que aconteceu, vocês estão revendo seus protocolos? Nossos protocolos foram desenvolvidos para minimizar o risco para os outros, no caso de um dos nossos profissionais humanitários regressos começarem a mostrar sinais de Ebola, seja em campo ou quando voltam para casa. MSF também está ciente da compreensível ansiedade em torno do Ebola nos EUA e em outros países e, portanto, está observando os passos que vão além dos protocolos cientificamente e clinicamente recomendados, já estabelecidos, a fim de amenizar a preocupação pública. Estamos em estreito contato com as agências federais de saúde, bem como órgãos estaduais e o executivo do estado, a fim de discutir os protocolos revisados dos profissionais humanitários regressos, no intuito encontrar um equilíbrio entre a necessidade de abordar as preocupações públicas e tratar adequadamente aqueles que já passaram semanas na África Ocidental tentando conter o surto em suas origens – que ainda é a forma mais amplamente reconhecida de preservar a saúde pública em todo o mundo – e tratar aqueles que desafortunadamente ainda estão sofrendo com a doença.
No caso do Dr. Craig Spencer, quando foram reportados os primeiros sintomas? Na manhã do dia 23 de outubro, quando ele começou a se sentir febril. Ele ligou para o escritório de MSF em Nova York e MSF ligou para as autoridades de saúde da cidade.
Qual era a sua temperatura quando relatou a febre? 100,3 F, equivalentes a 37,9 ºC, e não 103 F (cerca de 39,4 ºC), como foi relatado de forma equivocada inicialmente.
Quão contagioso ele estava quando se locomovia ao redor da cidade? Visto o momento de início dos sintomas, e o nível de sua febre logo que ele a relatou – depois da qual ele foi totalmente isolado em seu apartamento – haveria um risco extremamente baixo de contágio. Essa não é uma avaliação de MSF. Essa afirmação baseia-se em todo o conhecimento médico e científico disponível sobre Ebola e sobre como ele se espalha. Inúmeras autoridades de saúde pública e governamentais têm dito o mesmo e muito elogiaram o Dr. Spencer por ter relatado rapidamente o início de sua febre e por sua conduta assim que os sintomas apareceram.
Por que ele se deslocaria pela cidade durante o período de incubação, que é de 21 dias? Como todos os membros da equipe que voltaram, nosso colega foi totalmente informado e conscientizado sobre a natureza do vírus e quando ele é e não é transmissível. Ele sabia monitorar a si mesmo rigorosamente, o que ele fez, e informou imediatamente quando se sentiu febril. Antes disso, quando estava assintomático, ele representava uma ameaça insignificante para os outros, não muito diferente dos inúmeros profissionais médicos que tratam pacientes com doenças altamente infecciosas – algumas muito mais infecciosas do que o Ebola – em instalações médicas por toda Nova York e nos Estados Unidos.
Quando a enfermeira Kaci Hickox relatou seus sintomas? Ela não o fez, porque ela não apresentou e não apresenta quaisquer sintomas.
Algum outro profissional de campo, baseado nos Estados Unidos, relatou algum sintoma após chegar em casa? Não.
O caso do Dr. Spencer foi um exemplo da efetividade dos protocolos? Sob nossa perspectiva, como organização médica de emergência, sim, foi. Esse foi um exemplo do funcionamento dos protocolos, em que um profissional de saúde imediatamente relatou uma mudança em sua condição e foi totalmente transparente na cooperação com todos os órgãos envolvidos com seu cuidado, como foi reconhecido pelo Departamento de Saúde da Cidade de Nova York.