Adaptando nossos projetos para reduzir os impactos da emergência climática

Médicos Sem Fronteiras (MSF) se compromete a reduzir as emissões de carbono para ajudar a proteger a saúde dos mais vulneráveis

Foto: Pablo Garrigos/MSF

A emergência climática é uma ameaça ao futuro do nosso planeta e à saúde e ao bem-estar das pessoas em todo o mundo. As comunidades onde fornecemos assistência já estão enfrentando as consequências das mudanças climáticas, e sabemos que a saúde e as crises humanitárias aumentarão em escala e gravidade à medida que a crise climática se acelerar. Devem ser tomadas medidas urgentes para prevenir mais sofrimento humano e responder aos impactos.

 

Nosso compromisso

Reconhecendo a nossa própria contribuição para o problema global das emissões de carbono e das perturbações ambientais causadas pelo homem, nos comprometemos a reduzir as nossas emissões em pelo menos 50% em comparação com os níveis de 2019 até 2030. Com essa meta, pretendemos traçar uma trajetória firme em direção à descarbonização, alinhando MSF com os objetivos do Acordo de Paris sobre o clima para limitar o aquecimento global abaixo de dois graus. O movimento internacional de MSF concordou por unanimidade com essa meta ambiciosa e em informar sobre o progresso para alcançá-la.

“A saúde humana será cada vez mais prejudicada pelas consequências negativas da emergência climática”, diz o Dr. Christos Christou, presidente internacional de MSF. “Não basta responder aos problemas de saúde quando eles surgem, temos que fazer a nossa parte para evitar que eles aconteçam em primeiro lugar. Deixar de agir agora significaria quebrar nossas obrigações médicas e éticas para com os pacientes e as comunidades”.

As avaliações para estabelecer a pegada de carbono de 2019 de MSF estão em andamento, mas já há certeza de que nossa organização terá que continuar a se adaptar e abordar questões relacionadas ao transporte de pessoas, logística de suprimentos, modelos de construção, uso de energia e gestão de resíduos.

Foto: Sean Sutton

 

A crise climática atinge mais duramente as pessoas mais vulneráveis

Em muitos locais onde MSF atua, nossas equipes médico-humanitárias estão respondendo a situações relacionadas às mudanças climáticas. Isso inclui o aumento do número de pessoas com doenças infecciosas, como malária, dengue e cólera, como resultado da mudança dos padrões de precipitação e temperatura. Há também casos crescentes de doenças zoonóticas (transmitidas de animais para humanos) devido ao aumento da pressão sobre o meio ambiente; e eventos climáticos extremos mais frequentes, como ciclones, furacões e secas, que podem contribuir para a desnutrição. Nossas equipes estão testemunhando pessoas com múltiplas necessidades de saúde resultantes de epidemias frequentes, insegurança alimentar, conflitos e deslocamentos, que são agravados pela emergência climática.

“Se quisermos poupar as gerações futuras de mais sofrimento e desastres, todos precisamos assumir esta responsabilidade. A crise climática é uma crise de saúde e a redução das emissões agora faz parte de nossa ação humanitária”.

– Dr. Christos Christou, presidente internacional de MSF.

 

Urgência para agir

Com base no Pacto Ambiental de 2020 de MSF, reconhecemos a necessidade de fazer mudanças efetivas e imediatas para ajudar a conter os impactos das mudanças climáticas na saúde. É por isso que nos comprometemos a reduzir drasticamente as nossas emissões nesta década e que nos juntamos às quase 200 organizações humanitárias que assinaram a Carta do Clima e Ambiente para as Organizações Humanitárias.

Como uma organização médica de emergência, nossa prioridade será sempre fornecer assistência rápida às pessoas em alguns dos lugares mais remotos do mundo, mas devemos encontrar uma maneira de fazer isso minimizando nosso impacto ambiental. Dentro de MSF, em todo o setor humanitário e em toda a sociedade, devemos mudar a forma como operamos. Isso não será fácil, mas se tornará mais necessário à medida que as mudanças climáticas agravam cada vez mais as emergências humanitárias.

“Descarbonizar a forma como implementamos e apoiamos nossos projetos de emergência médica em mais de 80 países não é uma tarefa pequena. Mas estamos determinados a chegar lá e estamos trabalhando por todos os ângulos para encontrar soluções”, diz Christou.

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