Apesar da insegurança crescente, MSF continua a expandir suas atividades no Líbano

MSF concentra suas atividades nas áreas onde o número de desabrigados é maior e investiga as necessidades em áreas ainda não visitadas. Mais de 100 toneladas de equipamento médico e cirúrgico e medicamentos já foram enviadas ao país

Desde o início do conflito no Líbano, as equipes de Médicos Sem Fronteiras têm concentrado suas atividades nas áreas onde é maior o número de desabrigados e nas cidades onde os bombardeios têm provocado o maior número de mortos e feridos. De Beirute a Tiro, a aproximadamente 60 quilômetros da fronteira com Israel, a estratégia da organização é investigar as necessidades em áreas ainda não visitadas, enquanto organiza assistência às regiões onde os cuidados são mais necessários.

Mais de 100 toneladas de equipamento médico e cirúrgico e medicamentos já foram encaminhados por MSF para o Líbano e outro avião de carga deixa esse fim de semana a Bélgica transportando mais 50 toneladas de material. Uma vez no país, a grande dificuldade é chegar até aquelas populações isoladas pelos bombardeios. A insegurança crescente e a destruição da infra-estrutura dificultam o acesso da ajuda humanitária a essas populações, e vice-versa. Apesar da dificuldade de acesso, MSF intensifica suas atividades e a cada dia mais profissionais são enviados ao país.

O material enviado se destina aos programas médicos de Tiro, Sidon, Jezzine, Nabatiye, Beirute e à região das montanhas de Shouf. Além de material médico, kits contendo utensílios de cozinha, kits com produtos de higiene, roupas de cama, cobertores e outros itens necessários à sobrevivência estão sendo distribuídos nessas localidades. Em Tiro, cidade fortemente afetada pelos bombardeios cotidianos, MSF acaba de abrir um clínica destinada a mais de 20.000 pessoas e o hospital local está recebendo material médico e cirúrgico, enquanto um cirurgião de Médicos Sem Fronteiras auxilia a equipe local. Em Sidon, onde há mais de 40.000 desabrigados, MSF realiza clínicas móveis.

Em Beirute, onde há aproximadamente 50.000 pessoas vivendo em escolas, MSF iniciou clínicas móveis; em Jezzine, MSF entregou medicamentos e material de urgência ao hospital da cidade, além de distribuir cobertores, kits de higiene e leite em pó para os desabrigados; nos distritos de Aley e Beit Ed Dine, na região das montanhas de Chouf, ao sudeste de Beirute, e onde concentram-se cerca de 100.000 pessoas que fugiram dos bombardeios, MSF distribui barracas, cobertores e utensílios de cozinha; em Nabatiye, MSF suprirá o hospital da cidade com equipamento de emergência e medicamentos.

"As equipes de MSF estão trabalhando num contexto de muita insegurança", explica de Beirute Christopher Stokes, Diretor de Operações de MSF. "E isso é particularmente grave no sul do país, onde a destruição da infra-estrutura e os bombardeios dificultam muito a chegada da assistência. A partir de Beirute só é possível enviar material em caminhonetes, uma vez que os caminhões são um alvo potencial. MSF enviou dois comboios de veículos pequenos de Beirute para Tiro, mas nenhuma garantia de segurança foi dada aos humanitários até o presente. Nas últimas 72 horas, e por dois dias consecutivos, bombas caíram a 200 metros de nossas equipes".

As atividades de MSF no Líbano são inteiramente financiadas pelo Fundo de Emergências da organização.

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