Após três anos de atendimento, MSF irá repassar seus projetos em El Salvador

A organização afirma ter alcançado os objetivos estabelecidos em 2018 e encerra suas operações no país

Foto por: Alex Pena/MSF
Foto por: Alex Pena/MSF

A organização médico-humanitária internacional, Médicos Sem Fronteiras (MSF), irá repassar seus projetos em El Salvador após três anos prestando atendimento no país. MSF afirma que seus objetivos foram alcançados ao fornecer maior acesso à saúde para as pessoas que vivem em comunidades afetadas pela violência e, da mesma forma, fortalecer o atendimento médico pré-hospitalar em áreas que antes não tinham recursos (emergências médicas atendidas por serviço de ambulância 24 horas).

Durante uma avaliação exploratória em 2017, MSF descobriu que a violência em certas comunidades em El Salvador impedia o acesso aos serviços de saúde de rotina. Em 2018, a organização iniciou um projeto de três anos para trabalhar em comunidades historicamente estigmatizadas nos municípios de Soyapango e San Salvador.

Desde março de 2018, MSF ofereceu atendimento médico direto e gratuito a 11 comunidades desses dois municípios com o auxílio de equipes médicas semanais, ao qual foi adicionado um serviço de consulta remota subsequente. Além disso, MSF colaborou com as unidades de saúde da região, que ficam com a responsabilidade de garantir a continuidade do atendimento médico a essas comunidades. No total, MSF realizou 33.288 consultas médicas gerais; 4.388 consultas de planejamento familiar; 7.768 consultas psicológicas individuais e 2.345 sessões em grupo, nas quais participaram 23.581 pessoas.

 No mesmo ano, MSF agregou mais uma atividade ao projeto: um atendimento pré-hospitalar disponível a qualquer momento coordenado com o Sistema de Emergências Médicas (SEM) – pertencente ao Ministério da Saúde – e integrado ao número nacional de emergências médicas, 132. Como resultado, todo o município de Soyapango foi coberto e, em junho de 2019, foi ampliado para incluir o município de Ilopango. Em 2020, MSF expandiu temporariamente esse serviço para os municípios de San Martín, Tonacatepeque e Ciudad Delgado para aliviar a carga de ligações de emergência recebidas pelo SEM relacionadas à COVID-19.

Este ano, MSF transferiu as atividades pré-hospitalares para o SEM, que continuará a cobrir essas áreas, incluindo aquelas anteriormente consideradas de difícil acesso. O serviço de ambulância de MSF prestou atendimento gratuito a mais de 6.390 pacientes, bem como atendimento pré-hospitalar confidencial, e cobriu uma área de aproximadamente 350 mil habitantes nos municípios.

Ao longo dos três anos, MSF apoiou várias instituições e organizações para fornecer cuidados básicos de saúde e atendimento psicológico para pessoas deslocadas e/ou vítimas de violência. MSF apoiou regularmente o Instituto Salvadorenho para o Desenvolvimento da Mulher com treinamento para lidar com casos de violência sexual, além de aumentar a conscientização sobre como tratar esses casos como emergências médicas. MSF atendeu 4.458 pessoas sobreviventes de violência e que precisavam de proteção. Seguindo em frente, MSF acredita que as instituições públicas precisam abordar mecanismos que priorizem atendimento médico e proteção para estas sobreviventes.

Após a tempestade Amanda, MSF liderou uma intervenção de emergência com atendimento médico abrangente nas comunidades mais afetadas e entregou mais de 200 kits de higiene para famílias em abrigos improvisados em San Salvador e Soyapango. A organização prestou cuidados de saúde mental em sete centros de detenção para a população deportada do México e dos Estados Unidos.

Entre março de 2018 até o momento, MSF realizou 33.288 intervenções médicas, 19.431 pessoas participaram de atividades comunitárias, 7.768 consultas de saúde mental foram realizadas e 2.345 sessões em grupo aconteceram, nas quais 23.581 pessoas participaram. Além disso, as equipes atenderam 4.458 sobreviventes de violência e com necessidade de proteção e realizaram 4.388 atendimentos sobre saúde sexual e reprodutiva. O serviço de ambulância realizou mais de 6.390 intervenções de atendimento pré-hospitalar.

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