Atenção médica fica seriamente comprometida por causa de confrontos no Haiti

Violência entre grupos armados na comunidade de Cité Soleil obriga hospitais a fecharem.

© iAko M. Randrianarivelo/Mira Photo

A região de Cité Soleil, uma comunidade na capital haitiana, está de novo imersa em um retorno da violência entre grupos armados rivais. Do dia 13 de novembro ao dia 17, Médicos Sem Fronteiras (MSF) tratou cerca de 50 pessoas feridas em Cité Soleil, enquanto outros serviços médicos foram forçados a fechar as portas por causa da violência.

O hospital de emergência de MSF em Cité Soleil é atualmente a única instalação médica capaz de tratar pacientes na área após o fechamento recente do hospital Fontaine por tempo indefinido. O hospital Fontaine é uma instalação privada, não afiliada a MSF, que foi apanhada em meio a confrontos que ocorreram no dia 15 de novembro. Todos os pacientes e equipe do hospital Fontaine já foram transferidos para outros hospitais da capital, Porto Príncipe, reduzindo o acesso a cuidados médicos em Cité Soleil.

Mulheres grávidas, entre outros pacientes, encontram-se agora em uma situação de vulnerabilidade. Na maioria dos casos, equipes de MSF em Cité Soleil transferiam mulheres grávidas para o hospital Fontaine para que dessem à luz. Saint Damiens, uma maternidade de Porto Príncipe, também fechou as portas no final de outubro, principalmente por causa da insegurança.

MSF também foi forçada a fechar temporariamente seu ambulatório e reduzir equipes médicas em Cité Soleil para reduzir os riscos para seu pessoal, pacientes e estruturas de saúde durante esses episódios de violência particularmente intensa e indiscriminada. Apesar disso, o hospital de emergência de MSF em Cité Soleil continua aberto para oferecer atendimento de emergência.

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“Mais uma vez, a população está pagando um alto preço durante estes confrontos entre grupos armados”, disse Mumuza Muhindo Musubao, coordenador do projeto de MSF no Haiti. Alguns residentes são forçados a deixar suas casas em busca de abrigo. Instalações médicas já não conseguem funcionar normalmente e pessoas doentes não podem mais chegar aos locais de atendimento e correm o risco de ser deixadas para trás. MSF reitera seu apelo para que todas as partes armadas poupem a população e respeitem hospitais e instalações médicas, assim como todos que trabalham e são tratados nestes locais.”

 

MSF é uma organização médico-humanitária internacional que fornece assistência a pessoas em situação de necessidade, independentemente de origem, religião, credo ou convicções políticas. Trabalhamos no Haiti desde 1990, com respostas de grande porte a desastres como o terremoto de 2010 e surtos de cólera subsequentes. Atualmente fornecemos cuidados a pacientes com lesões traumáticas, queimaduras ou problemas médicos, cuidados a sobreviventes de violência sexual ou baseada em gênero, atenção de saúde geral e assistência a gestantes.

 

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