“Cada vez que participo do nascimento de uma criança, sinto um orgulho profundo”

Por Solange Ahidjo, obstetriz de MSF no Chade

Meu nome é Solange Ahidjo, tenho 26 anos e sou obstetriz na maternidade de Médicos Sem Fronteiras (MSF) no acampamento de Aboutengue, no leste do Chade, desde janeiro de 2024 — isso marca meu primeiro aniversário de MSF. Meu papel aqui é apoiar as mulheres em todas as fases da gravidez, desde antes até depois do nascimento. Isso inclui quem enfrenta potenciais complicações obstétricas ou ginecológicas e, mais importante, estar lá durante o parto.

Na maternidade deste acampamento, trabalho ao lado de outras sete obstetrizes e sete auxiliares de obstetrizes. Temos oito leitos pós-parto, seis de observação e três de parto.

Em média, assistimos a aproximadamente 30 partos por semana — cerca de quatro a cinco bebês nascidos por dia. Há dias, porém, em que atendemos sete ou oito partos.

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Fora da maternidade, como parte do atendimento ambulatorial, uma equipe dedicada de parteiras e assistentes presta consultas de pré e pós-natal às gestantes. Além disso, uma pequena equipe de obstetrizes opera nossa clínica móvel ao redor do acampamento de Aboutengue. Também apoiamos sobreviventes de violência sexual, fornecendo cuidados médicos essenciais e oferecendo apoio psicossocial com base em suas necessidades.

Mulheres apoiando mulheres — é assim que eu sinto

As mulheres que chegam à maternidade confiam profundamente em nós, confidenciando suas ansiedades sobre o futuro. Cerca de 80% das nossas pacientes são mulheres sudanesas que fugiram da guerra em 2023 e vivem no acampamento desde então. Fazemos de tudo para tranquilizá-las e apoiá-las de todas as formas possíveis. Como uma mulher que deu à luz, eu entendo a dor delas; eu sei o que eles estão passando.

Não é um trabalho fácil, mas sinto muito orgulho do que eu faço. Cada vez que participo do nascimento de uma criança, sinto um orgulho profundo. Amo minha profissão e quero continuar a praticá-la todos os dias pelo resto da vida.