Como MSF está apoiando os países em meio a pandemia de Covid-19

MSF vem conversando com autoridades locais e oferece apoio em diferentes áreas da resposta de emergência

Como MSF está apoiando os países em meio a pandemia de Covid-19

As estimativas mais aceitas sobre a Covid-19 falam que cerca de 80% das pessoas infectadas apresentam sintomas gripais leves ou mesmo não apresentam sintomas. Dos 20% restantes, 15% precisam de hospitalização e 5% ficam gravemente doentes, necessitando de cuidados intensivos.

Proporcionalmente pode não parecer muito, mas dada a facilidade com que a doença é transmitida, isso significa um número enorme de pessoas. Assim, ainda que existam formas de tratar os casos mais graves, mesmo os hospitais dos países mais avançados não conseguem atender ao mesmo tempo todos os casos, o que configura o colapso do sistema de saúde. É o que tem acontecido no norte da Itália, por exemplo.

Para apoiar equipes médicas em países sobrecarregados pelo número de casos que precisam gerir ao mesmo tempo, Médicos Sem Fronteiras (MSF) mantém estreito diálogo com as autoridades de saúde locais e vem oferecendo ajuda em diferentes países. O auxílio vai desde a gestão de casos e o atendimento direto a pacientes, até atividades de promoção de saúde e preparação para a eclosão de novos epicentros da epidemia de Covid-19.

Na Itália, país que contabiliza o maior número de mortes por Covid-19, MSF apoia quatro hospitais na região da Lombardia, no norte do país. Além do atendimento a pacientes, a organização trabalha na implementação de medidas de controle e prevenção de infecções. Isso é especialmente importante tendo em vista a facilidade de contágio da Covid-19, em especial pelas equipes médicas, que estão especialmente expostas ao coronavírus. Até 20 de março, mais de 3.500 profissionais de saúde italianos haviam sido contaminados pela nova doença.

Na França, MSF está estruturando atividades para ajudar em Paris e arredores na detecção e gestão de casos de Covid-19 entre as populações mais vulneráveis, como migrantes, pessoas em situação de rua e menores desacompanhados. As atividades de MSF devem incluir consultas médicas e triagem feitas em clínicas móveis. A organização também irá oferecer apoio ao diagnóstico, isolamento e gestão de casos em abrigos existentes ou que venham a ser montados.

Na Grécia, a grande preocupação para MSF é que a epidemia chegue aos campos de refugiados, onde as condições precárias de higiene e a superlotação criam um ambiente perfeito para a disseminação do coronavírus. Foi montado um plano de emergência no campo de refugiados de Moria caso a epidemia de Covid-19 se intensifique na ilha grega de Lesbos, onde fica o campo.

Na Bélgica, MSF está apoiando organizações que trabalham com grupos vulneráveis, como pessoas em situação de rua e migrantes sem documentação, realizando triagem e medidas para o controle e prevenção da Covid-19.

Em Hong Kong, MSF vem conduzindo atividades de promoção de saúde sobre a doença e oferece apoio à saúde mental para grupos vulneráveis.

No Afeganistão, equipes de MSF estão apoiando as autoridades com aconselhamento técnico e avaliam a situação em Herat, onde casos de Covid-19 foram confirmados.

Na Síria, MSF iniciou preparativos para atender pacientes com Covid-19 nas áreas em que já atua. Nessas regiões, MSF é muitas vezes a única provedora de cuidados médicos e uma nova epidemia será uma sobrecarga dramática sobre uma população que já sofre com as consequências de nove anos de guerra.

Na Líbia, MSF ofereceu treinamentos sobre controle e prevenção de infecções e gestão de casos a enfermeiros e médicos nos hospitais de Trípoli para prepará-los para atender pacientes com Covid-19.

MSF continua mantendo conversas com autoridades de saúde locais em todo o mundo e oferecerá apoio de acordo com sua capacidade de resposta e as necessidades dos países.

 

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