Cuidados médicos para grupos vulneráveis em Paris e arredores durante a pandemia do novo coronavírus

Equipes de MSF realizam consultas médicas gerais e triagem para detectar pacientes de COVID-19

Cuidados médicos para grupos vulneráveis em Paris e arredores durante a pandemia do novo coronavírus

Como parte da resposta médica à pandemia de COVID-19, que continua se espalhando por toda a França, as equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) começaram na semana passada a prestar atendimento a pessoas vulneráveis que estão confinadas em abrigos de emergência, em situação de rua ou instaladas em campos improvisados em Paris e nos subúrbios.

No dia 24 de março, mais de 700 migrantes que foram forçados a sair de um acampamento em Aubervilliers, nos subúrbios de Paris, foram levados a ginásios e hotéis, sob responsabilidade da Prefeitura de Paris, onde ficarão confinados até que o bloqueio seja suspenso. A pedido da Agência Regional de Saúde, as equipes de MSF visitaram seis desses abrigos de emergência para realizar triagem e consultas médicas para detectar pacientes de COVID-19. Das 338 pessoas que foram examinadas, 25 apresentavam sintomas do novo coronavírus. Agora, elas estão isoladas e sob supervisão médica.

Os abrigos de emergência permitem que as pessoas tenham um teto para dormir e facilitam o acesso a serviços essenciais, mas, ainda assim, elas correm riscos. Os espaços de convivência, como os ginásios, não são adequados para seguir as medidas básicas de proteção e de saúde necessárias para ajudar a conter a propagação do vírus. Além disso, em geral, é difícil garantir o isolamento de pessoas com sintomas da infecção – um risco ainda maior para pessoas com condições médicas pré-existentes, muitas vezes graves, e cuja saúde foi comprometida por anos de precariedade, violência e exclusão social.

Para evitar que esses espaços se tornem focos de contaminação do vírus – tanto para as pessoas que neles permanecem quanto para os assistentes sociais, profissionais de saúde e funcionários que os assistem –, as autoridades precisam encontrar outras soluções, como, por exemplo, quartos de hotel para acomodá-las. A quantidade de testes também precisa ser maior para que seja possível confirmar certos diagnósticos, especialmente para aqueles que correm maior risco de desenvolver formas mais graves da COVID-19.

Nossas equipes também estão tentando chegar até pessoas em situação de rua ou que moram em acampamentos em Paris e arredores, para oferecer cuidados médicos e de enfermagem. Essa assistência é prestada cinco dias por semana, porque a quarentena e outras medidas tomadas pela França para conter o vírus limita a capacidade de oferta de apoio médico e social a grupos vulneráveis. Nossas equipes tratam diversas condições médicas, o que permite que pessoas negligenciadas continuem recebendo cuidados e ajuda a evitar complicações de saúde. Se não tratadas antecipadamente, elas exigiriam tratamento em hospitais que estão operando no limite de sua capacidade, à medida que respondem à emergência de saúde.

No final de 2017, também começamos a prestar apoio a menores desacompanhados, fazendo apelos aos tribunais para que os reconheçam como menores de idade e que, consequentemente, eles tenham direito à proteção e aos serviços sociais voltado para crianças. Durante a pandemia de COVID-19 na França, esse apoio será mais médico.

Também continuamos estudando que ajuda poderíamos dar a hospitais e outras instalações particularmente impactadas pela crise de saúde da COVID-19. Nos colocamos à disposição para prestar assistência técnica, seja ajudando na gestão de influxos maciços pacientes ou na prevenção e controle de infecções, fornecendo equipe ou apoio logístico; e para estruturar unidades médicas improvisadas para que mais pacientes possam ser tratados.

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