Ebola na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa

Atividades de MSF têm continuidade dos três países mais afetados pela epidemia

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Guiné

A Guiné foi declarada livre de Ebola em 28 de dezembro de 2015. A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) está atualmente administrando uma clínica de Ebola para sobreviventes em Concacri. Em fevereiro, foram realizadas 126 consultas psicológicas e 181 consultas médicas na clínica. Além disso, a equipe de MSF também conduz atividades de sensibilização na clínica e na comunidade.

Em 17 de março, o governo guineano anunciou duas novas mortes confirmadas e três casos suspeitos na primeira reemergência do vírus no país desde que o surto foi declarado encerrado em dezembro de 2015. MSF não está envolvida no manejo de casos, mas está pronta a oferecer suporte, caso necessário.

 

Libéria

O último paciente testou negativo para o vírus e foi liberado em 4 de dezembro. A Libéria foi, então, declarada livre do Ebola em 14 de janeiro. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o último grupo de casos foi entendido como resultado da reemergência do vírus de Ebola que havia persistido em um indivíduo infectado anteriormente.

O sistema de saúde nacional da Libéria, que já estava entre os mais frágeis do mundo, foi dizimado pela epidemia – de acordo com estatísticas oficiais, cerca de 200 profissionais de saúde liberianos morreram de Ebola, número que representa 8% dos profissionais de saúde do país. Atualmente, MSF está concentrando esforços na reestruturação da oferta de cuidados de saúde, notadamente por meio do hospital pediátrico administrado pela organização em Monróvia. Antes da epidemia, havia 220 leitos pediátricos para internação em Monróvia, mas, em abril de 2015, quando MSF abriu seu hospital pediátrico, todas as alas pediátricas foram fechadas. No final de 2015, 122 leitos de internação estavam disponíveis. Mas é evidente que o número não é suficiente para atender uma cidade de 1,4 milhão de habitantes, sendo cerca de 17% desse total crianças com menos de cinco anos.

Monróvia – hospital pediátrico e clínica para sobreviventes

Em Monróvia, MSF está administrando um hospital pediátrico com 91 leitos, o Hospital Barnesville Junction, que conta também com um uma unidade de cuidados intensivos de 22 leitos, que visa a contribuir para a reestruturação da oferta de cuidados de saúde de emergência e saúde secundária para crianças pós-epidemia de Ebola. Em 2015, mais de 3.400 consultas foram realizadas na sala de emergência do hospital, e mais de 3 mil crianças foram admitidas na internação. MSF também opera uma clínica para sobreviventes de Ebola nas dependências do hospital. Ex-pacientes têm de enfrentar estigma e discriminação ao acessar cuidados de saúde, além de problemas sociais e econômicos – perda de emprego, da casa. MSF oferece consultas ambulatoriais gerais e responde às necessidades voltadas para saúde mental de um grupo de mais de 500 ex-pacientes de Ebola identificados, que se estima que representem um terço de todos os sobreviventes da província de Montserrado. A equipe tem oferecido consultas também a pacientes não identificados como sobreviventes, devido à falta de certificados de cura e alta dos centros de tratamento de Ebola. Em comparação com sobreviventes identificados, seu acesso à assistência médica e social tem sido, portanto, ainda mais difícil. As reclamações mais comuns são dores nas juntas e questões oftalmológicas, para as quais MSF oferece cuidados em colaboração com uma clínica liberiana especializada. Cerca de 400 sobreviventes foram atendidos desde abril de 2015, e 168 estão em acompanhamento. Trinta e dois pacientes estão em tratamento psiquiátrico e 35 estão tendo seus problemas oftalmológicos monitorados. MSF também oferece serviços de saúde de mental em apoio aos profissionais que atuaram na linha de frente durante a epidemia, bem como para os familiares dos sobreviventes.
 

Serra Leoa

O país foi declarado livre da transmissão do Ebola em 7 de novembro, mas uma nova morte foi confirmada em 14 de janeiro, seguida de um caso adicional no dia 20 do mesmo mês. Em 17 de março, Serra Leoa foi novamente declarada livre do vírus.

MSF desempenhou papel fundamental no tratamento de pessoas sofrendo de Ebola e continua oferecendo serviços médicos e psicossociais a alguns dos 4 mil sobreviventes de Ebola em Freetown e no distrito de Tonkolili. Novos projetos de saúde materna e infantil foram abertos em diferentes cidades do país, na medida em que o já frágil sistema de saúde foi ainda mais enfraquecido pela epidemia de Ebola. MSF também está mantendo a capacidade de resposta à emergência por meio de uma equipe reduzida.

Freetown – clínica para sobreviventes
A clínica para sobreviventes em Freetown está em funcionamento desde fevereiro de 2015, oferecendo cuidados de saúde primária e suporte de saúde mental, com cerca de 140 consultas por mês sendo realizadas atualmente. MSF também conduz atividades de sensibilização comunitária e redução do estigma.

Magburaka – clínica para sobreviventes
No final de fevereiro de 2016, os serviços de MSF voltados para sobreviventes em Tonkolili foram integrados ao sistema de saúde primária do Ministério da Saúde. Ainda estamos acompanhando um pequeno número de sobreviventes oferecendo suporte em saúde mental, cuidados médicos e referências, mas a maioria dos pacientes teve alta de nosso programa. Enquanto equipes de MSF prestavam suporte aos sobreviventes, foi observada uma redução nas reclamações médicas e uma melhora do status de saúde mental.

Distrito de Tonkolili – saúde reprodutiva e infantil
O projeto continua prestando suporte às alas pediátrica e de maternidade do hospital de Magburaka. Dez dias depois que MSF começou a dar suporte ao hospital em janeiro, um novo caso de Ebola foi identificado em Magburaka. A equipe conseguiu dar continuidade aos cuidados médicos no hospital durante esse novo surto, que foi rapidamente contido. MSF também está apoiando as alas de triagem e isolamento do hospital. Em fevereiro, 152 crianças foram internadas na ala pediátrica e 83 mulheres na maternidade.

Distrito de Koinadugu – saúde materno-infantil

No hospital de Kabala, no distrito de Koinadugu, MSF inaugurará um novo projeto com o objetivo de ampliar o acesso gratuito a cuidados de saúde materna, neonatal e pediátrico na medida em que garante os cuidados para sobreviventes de Ebola no distrito, além de resposta efetiva a surtos e emergências na área.

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