Fluxo maciço de vítimas de bombardeios no noroeste da Síria

Bombardeios deixaram quatro mortos e treze feridos

Fluxo maciço de vítimas de bombardeios no noroeste da Síria
O conflito no noroeste da Síria continua a causar medo, deslocamento e necessidades médicas agudas. Os bombardeios na quinta-feira, 24 de outubro, no vilarejo de Janoudia, em Idlib, noroeste da Síria, resultaram em um afluxo de 17 vítimas sendo levadas às pressas para um hospital próximo, apoiado por Médicos Sem Fronteiras (MSF), em uma parceria de co-gestão. Três desses pacientes tinham menos de 14 anos de idade.
 
Três dos pacientes morreram antes da chegada ao hospital e um paciente morreu logo após a chegada. Seis outros pacientes estavam em estado crítico, mas puderam ser estabilizados e receber tratamento ou encaminhados para outros hospitais. Três pacientes tiveram feridas moderadas e quatro tiveram lesões leves. 
 
“Um afluxo maciço de vítimas é realmente intenso”, disse o médico que administra o hospital. “Quando os feridos começaram a chegar às 17h de ontem, solicitamos que todos os nossos profissionais viessem ao hospital para que pudéssemos responder; a equipe médica foi totalmente chamada para responder ao influxo e, apesar disso, tivemos que encaminhar um caso para outro hospital, porque todas as nossas salas de operações e médicos estavam ocupados e o caso não podia esperar. Este paciente teve um trauma duplo na cabeça e no peito. Ficamos acordados a noite toda para tratar os feridos da melhor maneira possível”.
 
A necessidade de serviços médicos no noroeste da Síria é extremamente alta. Além das vítimas diretas do conflito – muitas vezes de bombardeios, inclusive aéreos –, há enormes necessidades de mais de 1 milhão de pessoas que fugiram de áreas de combate nos últimos meses e anos, geralmente com nada mais do que as roupas do corpo e são extremamente dependentes de assistência externa para alimentação, abrigo, água e assistência médica.
 
No mês passado, MSF adicionou uma nova equipe de clínicas móveis para ajudar a atender às necessidades básicas de saúde e vacinação de famílias que se abrigam em acampamentos improvisados no frio terreno montanhoso, para onde muitas das pessoas deslocadas no noroeste da Síria fugiram. No entanto, o número de pessoas que precisam de altos níveis de assistência é enorme e, definitivamente, é necessário um aumento geral na provisão de ajuda humanitária, especificamente médica.
 
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No noroeste da Síria, as equipes de MSF oferecem cuidados de saúde materna, cuidados gerais de saúde e tratamento para doenças não transmissíveis por meio de clínicas móveis. Elas distribuem itens de primeira necessidade e melhoram os sistemas de água e saneamento. Elas também apoiam atividades de vacinação regulares em dois centros de vacinação e um hospital e através de serviços de clínicas móveis.
 
Em Atmeh, MSF mantém uma unidade especializada em queimaduras que oferece cirurgia, enxertos de pele, curativos, fisioterapia e suporte psicológico. MSF oferece apoio à distância e presta assistência de saúde primária e secundária em vários hospitais e clínicas em torno de Idlib e Alepo, além de ter parcerias de co-gerenciamento com três hospitais, incluindo o hospital que respondeu ao evento de vítimas em massa de quinta-feira.
 
Os programas médicos de MSF nas províncias de Raqqa e Al Hasakeh, no nordeste da Síria, foram reduzidos ou suspensos desde 15 de outubro de 2019, pois não conseguimos garantir a segurança de nossas equipes devido ao conflito na região.
 
Para garantir independência de pressões políticas, MSF não recebe financiamento de qualquer governo para o seu trabalho na Síria.
 
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