Gaza: integrante do Conselho de MSF é morta durante ofensiva israelense em Khan Younis

Médicos Sem Fronteiras (MSF) está devastada com a morte de Reem Abu Lebdeh, integrante do Conselho de MSF do Reino Unido e ex-profissional em Gaza, que acreditamos ter sido morta em dezembro de 2023.

Embora as circunstâncias exatas e a data da morte de Reem ainda não estejam claras, acreditamos que ela foi morta junto com seus familiares em sua casa em Khan Younis, no sul de Gaza. Alguns membros da família dela permanecem desaparecidos.

Sabemos que Reem estava abrigada com seus pais e irmãos quando a campanha militar israelense avançou mais extensivamente para Khan Younis, há mais de dois meses. Lamentavelmente, o contato com Reem foi perdido pouco depois, e todas as tentativas de recuperá-lo falharam devido ao corte das redes de telecomunicações.

A notícia da morte de Reem e de seus familiares surgiu gradualmente nas semanas seguintes. Até hoje, a área ao redor da casa, que foi fortemente bombardeada pelas forças israelenses, continua perigosa demais para se aproximar.

Reem trabalhou como fisioterapeuta para MSF em Gaza de 2018 a 2022 e, no ano passado, foi nomeada integrante de um programa de mentoria para futuros membros do Conselho de MSF do Reino Unido.

Ela é a quinta integrante da equipe de MSF morta em Gaza desde o início da escalada da guerra. Vários profissionais de nossa equipe continuam desaparecidos. Ainda estamos em luto pela perda do técnico de laboratório Mohammed Al Ahel, morto em um ataque aéreo com seus familiares; pela morte do enfermeiro voluntário Alaa Al-Shawa, baleado na cabeça durante uma evacuação planejada do comboio de MSF; e pelas perdas dos médicos Mahmoud Abu Nujaila e Ahmad Al Sahar, mortos após um ataque ao hospital Al Awda. Todos esses colegas de MSF foram mortos em novembro de 2023.

Milhares de pessoas em Gaza estão perdendo suas famílias, suas casas e suas vidas. O Ministério da Saúde de Gaza informou que mais de 29 mil pessoas foram mortas e mais de 69 mil ficaram feridas.

As equipes de MSF continuam fornecendo cuidados médicos em vários locais no sul de Gaza, inclusive em Rafah, onde 1,5 milhão de pessoas deslocadas à força vivem em condições precárias, com acesso extremamente limitado a cuidados médicos e ajuda humanitária.

Reiteramos nosso apelo urgente por um cessar-fogo imediato e sustentado para poupar as vidas dos civis e permitir que uma ajuda substancial entre no enclave.