Haiti ainda sofre depois de furacões

Necessidades da população ainda persistem e muitas áreas afetadas continuam inacessíveis

Após a passagem de três tempestades tropicais, muitas áreas devastadas no Haiti continuam inacessíveis. Desde que chegaram na cidade de Gonaïves a nordeste do Haiti, uma das áreas mais afetadas do país, no dia 4 de setembro, equipes de Médicos Sem Fronteiras realizaram 641 consultas médicas e 25 procedimentos cirúrgicos. Metade das pessoas atendidas por MSF até agora sofreu ao menos ferimentos leves.

Os pacientes restantes estão sofrendo de diarréia (e conseqüentemente desidratação), doenças respiratórias, infecções e problemas de pele ligados à água poluída, que provoca aumento de casos como esses. Mesmo que a maioria dos pacientes seja de adultos, um número de crianças atendidas aumenta cada vez mais.

Com a inundação diminuindo levemente, as pessoas estão começando a retornar a Gonaïves, o que aumenta as preocupações das já exauridas estruturas de saúde e saneamento da região. Clínica temporárias, implantadas em algumas escolas, estão com falta de material e equipamentos básicos. Equipes de MSF doaram material médico e, de acordo com seus planos, estão em vias de abrir um hospital de terreno em Gonaïves.

Atualmente, MSF tem cinco profissinais de saúde (dois médicos e duas enfermeiras) e seis logísticos (três logísticos generalistas e três especialistas e águas e saneamento) na cidade.

Prioridade é água limpa

No Centro de Saúde Rabouteau em Gonaïves, MSF realizou mais de 150 consultas até ontem. Um terço das pessoas examinadas era de crianças menores de cinco anos de idade. Duas bombas d'água foram montadas no centro para que se pudesse oferecer água potável, que está em falta na cidade.

Acesso limitado a outras áreas devastadas

O acesso a outras áreas afetadas pelos furacões nas redondezas de Gonaïves está extremamente difícil; muitas estradas e pistas de decolagem estão alagadas, pontes estão destruídas e o combustível está em falta, o que dificulta, senão impede, a assitência emergêncial – incluindo água limpa, comida ou necessidades médicas básicas – de atingir muitas partes do país. MSF está fazendo o melhor que pode para conseguir acesso a essas áreas e oferecer cuidados adequados às populações afetadas e monitorar a situação da saúde.

Na segunda-feira à noite, MSF enviou mais cinco veículos e um caminhão para Gonaïves de barco. Nos próximos dias, uma equipe de quatro médicos e dois logísticos tentará implementar clínicas móveis e atividades de vigilância na região noroeste entre Gonaïves e Port de Paix (incluindo Terre Neuve, Anse Rouge, e Gros Morne). Estima-se que o número de habitantes do local seja próximo a um milhão de pessoas. Mais 13,2 toneladas de material médico e logístico (kits médicos, bombas d'água, tendas, mosquiteiros, kits de tratamento de água, tanques de água, geradores, cobertores) estão a caminho da Europa e do Panamá.

Atividades pré-existentes de MSF em Porto Príncipe continuam. A organização proporciona cuidados médicos e cirúrgicos no Centro de Traumatologia La Trinité, cuidados obstetrícios emergenciais no Hospital Jude Anne. Cuidados de saúde emergencais e serviços de saúde essenciais são realizados por meio das clínicas móveis no cortiço de Martissant.

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