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Lago Chade: prestando assistência no epicentro da violência

Em menos de dois anos, mais de 2,5 milhões de pessoas foram desalojadas por ataques contínuos perpetrados pelo grupo Estado Islâmico da África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês), também conhecido como Boko Haram. As pessoas também estão fugindo de represálias e ofensivas realizadas pelas forças militares regionais.
Famílias e indivíduos buscaram refúgio entre as fronteiras ou em seus países de origem. Hoje, estima-se que 66 mil pessoas estejam deslocadas no Chade após terem sido forçadas a fugir. Elas vivem em condições extremamente vulneráveis, muitas vezes sem abrigo ou meios de subsistência.
As instalações de saúde já escassas nessa área negligenciada foram ainda mais prejudicadas por vários meses de deslocamentos, e o alto nível de insegurança tem um enorme impacto sobre o acesso a cuidados de saúde vitais para milhares de pessoas. Profissionais médicos fugiram e instalações de saúde enfrentam a escassez de medicamentos essenciais e equipamentos.
MSF está ampliando sua resposta médico-humanitária na Nigéria, em Camarões, no Chade e no Níger para prestar assistência às vítimas da crise na região do Lago Chade.
No Chade, MSF tem equipes baseadas em Baga Sola e em Bol, de onde elas administram várias clínicas móveis, oferecendo cuidados básicos de saúde aos deslocados e à população local. Entre março e outubro de 2015, os profissionais realizaram mais de 24 mil consultas.
Os principais problemas tratados nas clínicas móveis são malária, diarreia e infecções respiratórias, ligadas às condições de vida precárias. Jebdangbe Pakagochy, enfermeira de MSF, examina um paciente no centro de saúde primária em Koulkime apoiado por MSF.
Alima Kori, de 17 anos, acabou de dar à luz seu primeiro filho, Abakar Hadissa, que agora tem 19 dias. Ela foi ao centro para fazer sua visita pós-natal.
Muitos pacientes atendidos nas clínicas apresentam sintomas de depressão e ansiedade, relacionados com os eventos traumáticos, com as condições de vida precárias e com a insegurança contínua que enfrentam. Em outubro de 2015, uma série de ataques suicidas resultou em 43 mortes e cerca de 50 feridos em Baga Sola e no campo de deslocados internos de Kousseri.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos for MSF
Nos quatro países que fazem fronteira com o Lago Chade, equipes de MSF trabalham em colaboração com os Ministérios da Saúde locais para oferecer serviços vitais, como cuidados de saúde primária, apoio nutricional e pediátrico, assistência psicológica, cuidados cirúrgicos e tratamento para feridos e vítimas da violência.
Desde o início das atividades na região do Lago Chade, no Chade, MSF também distribuiu 2.230 kits contendo itens de primeira necessidade, como lonas plásticas, cobertas e mosquiteiros, assim como 1.650 kits que permitem às pessoas tratar a água para uso seguro em suas casas.

Koulkime, na região do Lago Chade, no Chade, abriga cerca de 1.800 deslocados que fugiram de ataques perpetrados pelo grupo Boko Haram e de ofensivas lideradas pelo exército chadiano. Na galeria de fotos, você confere a atuação de Médicos Sem Fronteiras junto ao Ministério da Saúde local para oferecer serviços vitais, como cuidados de saúde primária, assistência psicológica, tratamento para feridos e vítimas da violência, entre outros. Confira! (Fotos: Sylvain Cherkaoui/Cosmos for MSF)
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