Levando cuidados de saúde a áreas remotas no Afeganistão

Confira 15 fotos que ilustram as atividades de MSF para melhorar o acesso à saúde em áreas remotas do país.

Depois de mais de 40 anos de conflitos armados consecutivos, desastres naturais e epidemias, incluindo a pandemia da COVID-19, as pessoas no Afeganistão hoje enfrentam uma nova fase em uma longa crise humanitária com problemas econômicos, políticos e sociais alarmantes.

Quando o Emirado Islâmico do Afeganistão, também conhecido como Talibã, entrou em Cabul em 15 de agosto de 2021, o financiamento estrangeiro para o desenvolvimento foi cortado da noite para o dia. Ativos afegãos mantidos nos EUA e em outros países estrangeiros foram congelados, e muitas organizações internacionais deixaram o país.

Desde então, a pressão vem aumentando constantemente em um sistema público de saúde já subdimensionado e sobrecarregado, tornando cada vez mais difícil o acesso das pessoas aos cuidados de saúde.

A situação é particularmente difícil para aqueles que vivem em áreas rurais, onde a infraestrutura médica primária está ausente. A situação faz com que os pacientes precisem viajar longas distâncias para receber tratamento – viagens que muitos deles lutam para pagar.

As mulheres enfrentam ainda mais barreiras, principalmente devido às limitações adicionais impostas à liberdade de movimento e às crescentes restrições para trabalhar e estudar.

Em Bamyan, uma província no centro do Afeganistão cujo terreno é mais de 90% montanhoso e onde a maioria das pessoas vive em pequenos vilarejos remotos, estima-se que em 2022 mais de 40% das novas mães tenham dado à luz seus bebês em casa, sem assistência profissional.

É por isso que, em 2023, MSF abriu oito unidades de saúde em Bamyan. Nossas equipes na região já realizaram mais de 1.200 consultas pré-natais e pós-natais, mais de 3.400 atendimentos pediátricos, examinaram quase 2 mil crianças para desnutrição e encaminharam 75 pacientes ao hospital provincial de Bamyan para o tratamento de problemas de saúde mais complicados. Outra extensão dos serviços de MSF na região está prevista para o segundo semestre de 2023.

MSF começou a trabalhar no Afeganistão em 1980 e atualmente mantém um forte foco na prestação de cuidados de saúde secundários, que inclui serviços especializados ou avançados em hospitais, como cuidados cirúrgicos e de trauma, tratamento de tuberculose resistente a medicamentos, cuidados maternos e obstétricos, tratamento hospitalar para desnutrição aguda grave e cuidados pediátricos.

MSF trabalha em sete províncias com cerca de 3 mil profissionais – mais de 100 deles vêm de outros países. No geral, 40% dos profissionais de MSF são mulheres. Entre os profissionais médicos e paramédicos, 51% são mulheres. Não seria possível para MSF fornecer cuidados médicos de qualidade sem uma equipe feminina.

Desde o decreto que proíbe as mulheres de trabalhar com ONGs, MSF continuou todos os programas médicos e não mudou nenhum aspecto do processo de trabalho. As mulheres continuam a trabalhar em todos os locais e funções.

MSF prevê que o ambiente operacional no Afeganistão se torne cada vez mais complicado, mas continuará a trabalhar sempre que possível para fornecer imparcialmente assistência médica de alta qualidade a mulheres e homens com base em suas necessidades médicas.

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