Marcílio Dias: dança ajuda jovens a resgatarem auto-estima e obterem mais segurança

Aulas de hip hop no centro de saúde de MSF em Marcílio Dias, Complexo da Maré, vem atraindo cada vez mais o interesse de crianças e adolescentes da comunidade. Os alunos mais experientes já participaram até de apresentações públicas

Três horas da tarde de uma quinta-feira quente e ensolarada no Rio de Janeiro. 12 meninos e meninas das comunidades de Marcílio Dias, Mandacaru e Kelson’s, do Complexo da Maré, chegam ao centro de MSF para mais uma aula de hip hop, ou street dance. Aos 19 anos de idade e morador da comunidade de Marcílio Dias, Paulo Victor, o professor voluntário, foi convidado a dar aulas de hip hop logo depois de se apresentar no palco do centro de MSF, no aniversário de um ano do posto, em julho de 2004. “Além de estarem aprendendo uma nova cultura, esses meninos e meninas estão ocupando o tempo deles com atividades bastantes saudáveis”, diz Paulo Victor.

Diego, Manoel e Gustavo são três dos mais assíduos alunos de hip hop e já participaram inclusive de uma apresentação de street dance numa festa organizada pela Secretaria Municipal de Saúde da cidade do Rio de Janeiro, no Riocentro, zona oeste da cidade. “Foi o máximo ter participado da apresentação. Muito bom mesmo. Na hora fiquei meio envergonhado, mas depois achei muito legal mostrar o que tínhamos aprendido para as pessoas”, disse Diego Alves de Lima de 12 anos de idade.

A idéia de levar as aulas de hip hop para o centro de saúde de MSF partiu da psicóloga e educadora social Rosana Ballestero Rodrigues. “Pela arte consegue-se resgatar a auto-estima das pessoas. E no dia que o grupo do Paulo Victor se apresentou no centro percebemos um interesse enorme das crianças”, conta Rosana, que é responsável pelas atividades psicossociais realizadas no centro de MSF em Marcílio Dias. “Desde então, temos percebido nesses jovens uma maior segurança para enfrentar os problemas do dia-a-dia. Quando eles aprendem um novo movimento ou quando eles se apresentam em público, eles percebem que são capazes e isso provoca mudanças importantes”, diz a psicóloga.

Além das aulas de hip hop, os jovens das comunidades atendidas por MSF no Complexo da Maré, podem participar de aulas de capoeira, oficinas de desenho artístico e do grupo do jornal – um grupo de adolescentes que escreve e edita o jornal “Jovens em Ação”, com apoio dos profissionais do departamento de comunicação de MSF e da psicóloga e educadora social Rosana Ballestero Rodrigues, do centro de saúde de MSF em Marcílio Dias. “Essas atividades ajudam os adolescentes e as crianças a se valorizarem mais, a resgatarem a cidadania”, conclui Rosana.

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