Médicos Sem Fronteiras retoma atividades em Lampedusa

Após seis meses de paralisação, organização volta a atender imigrantes ilegais e asilados em projeto na ilha italiana

Uma equipe de Médicos Sem Fronteiras (MSF) formada por dois médicos, duas enfermeiras e um mediador cultural está de volta à Ilha de Lampedusa, na Itália, dando assistência médica para imigrantes ilegais e asilados que vivem na região. A equipe trabalha 24 horas por dia, sete dias por semana, dando assistência aos imigrantes que chegam no porto e em outras localidades da ilha. As operações de MSF em Lampedusa foram suspensas em outubro de 2008, quando o Ministério de Assuntos Internos se recusou a renovar o Memorando do Entendimento (MoU, na sigla em inglês), que regulava as atividades de MSF no local. Após meses de lobby das autoridades, um novo MoU foi assinado mês passado. A organização vai atuar em colaboração com o INMP, um instituto italiano que trabalha com a saúde das populações imigrantes. As atividades foram realizadas independentemente do Governo italiano e MSF não recebe nenhum fundo institucional para trabalhar em Lampedusa.

MSF começou dando atendimento médico emergencial aos imigrantes ilegais e asilados em 2002. Desde 2005, MSF já tratou mais de 4,4 mil pessoas, incluindo 1,4 mil assistidos entre janeiro e outubro.

A cada ano, milhares de imigrantes chegam à Lampedusa, após cruzarem o Mar Mediterrâneo em longas jornadas de barco. Só em 2008, estima-se que aproximadamente 30 mil pessoas chegaram à ilha. Aqueles que sobrevivem à jornada, chegam exaustos e desidratados, sofrendo de infecções respiratórias e irritações de pele causadas pela superexposição ao sal e à água, assim como queimaduras de acidentes com combustível. Eles necessitam de assistência médica, feita por uma equipe de especialistas, capazes de atender suas necessidades médicas, estabilizar os pacientes na sua chegada, quando necessário, e encaminhar os casos mais sérios para os centros de saúde.

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