MSF apela por acesso das equipes de saúde aos seus pacientes na faixa de Gaza

Equipes de saúde de MSF são impedidas de entrar em áreas da faixa de Gaza deixando inúmeros pacientes sem atendimento. Apesar dos pedidos diários por autorização, MSF ainda não recebeu nenhuma “coordenada” por parte do exército israelense.

Desde o dia 28 de setembro de 2004, e do início da operação “Dias de Penitência”, as equipes de saúde de MSF não vêm recebendo autorização para acessar a grande maioria dos pacientes nas áreas do sul e centrais da faixa de Gaza.

Desde então, e apesar dos inúmeros pedidos feitos diariamente às autoridades israelenses para que permita que as equipes de saúde cheguem aos pacientes, nenhuma “coordenada” – claramente dada pelo exército israelense – foi repassada para MSF. Hoje, Gaza continua recortada em três segmentos, e o acesso aos nossos pacientes está estritamente impossibilitado.

Além disso, profissionais de MSF, assim como toda população na faixa, estão sob violência direta. Em Beit Hanoun, um profissional de MSF e sua família ficaram presos na sua casa parcialmente destruída com as crianças, enquanto o exército destruía seu carro e matava os víveres. A família foi alvo de tiros quando tentava fugir. Apesar das garantias dadas a MSF por relevantes autoridades de que todos os ataques iriam ser suspensos imediatamente, o bombardeio nunca parou. Autorização para retirar a família, à época do ataque, foi recusada e eles acabaram fugindo para uma casa vizinha, permanecendo em situação de perigo. Soldados, então, ocuparam a casa. As equipes de MSF só receberam autorização para retirar a família no dia seguinte. Em julho passado, autoridades haviam sido oficialmente notificadas da presença de profissionais de MSF na área.

Desde o início desta operação, MSF vem recebendo inúmeros pedidos de socorro para garantir comida, água e medicamentos para as pessoas que estão ilhadas em Beit Hanoun, Beit Lahia e Jabalia. Nessas áreas, que permanecem isoladas do resto de Gaza, qualquer movimentação está impossibilitada desde 28 de setembro. As autoridades de saúde na região pediram aos psicólogos de MSF que ofereçam atendimento de emergência para a sua equipe médica. No entanto, como os hospitais estão localizados na área de conflito, nossos psicólogos ainda não conseguiram trabalhar. Nos últimos oito dias, as equipes de MSF, que têm tanto a capacidade de tratar como de oferecer alimentos para as famílias acompanhadas, estão impossibilitadas de agir, pela falta de autorização por parte das Forças Israelenses de Defesa.

Mais uma vez, MSF apela por acesso aos seus pacientes que estão na faixa de Gaza.

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