MSF condena ataques violentos em Moria, na Grécia

Nossa clínica pediátrica e os novos centros de tratamento de COVID-19 do governo foram alvo de manifestantes anti-migração

MSF condena ataques violentos em Moria, na Grécia

Médicos Sem Fronteiras (MSF) condena veementemente os ataques violentos contra sua clínica pediátrica e as novas instalações governamentais de COVID-19 ocorridos nesta quinta-feira (20/08), em Moria, na Grécia. Manifestantes anti-migrantes se reuniram no local em oposição à visita do presidente para inaugurar o novo centro de tratamento de COVID-19.

INCÊNDIO, PEDRAS E AMEAÇAS

“Durante os protestos, um incêndio foi provocado do lado de fora da clínica pediátrica e de saúde sexual e reprodutiva de Médicos Sem Fronteiras (MSF), que teve de ser apagado pela nossa equipe. Enquanto isso, um pequeno grupo estava do lado de fora gritando e ameaçando nossas equipes, e jogando pedras na clínica onde tínhamos aproximadamente 50 profissionais trabalhando para tratar mulheres e crianças do acampamento de Moria. Felizmente, ninguém ficou ferido. No entanto, tanto nossa equipe quanto os pacientes foram colocados em risco, e nosso atendimento médico foi prejudicado devido ao caos que se seguiu.
Que mundo é esse em que vivemos, onde são atiradas pedras contra crianças e mulheres grávidas em tratamento médico? Nossas equipes tiveram de ser evacuadas de ônibus do local – é absolutamente incompreensível que ataques como esse possam ocorrer em qualquer ambiente.

Há algum tempo, temos visto um aumento do comportamento agressivo em relação a solicitantes de asilo e refugiados, bem como a organizações humanitárias e voluntários que foram repetidamente atacados e assediados simplesmente por tentarem prestar assistência a grupos vulneráveis em Lesbos. Este incidente destaca um sintoma maligno que precisa ser tratado agora.
Pedimos às autoridades que tomem todas as medidas necessárias contra a crescente retórica anti-migração e a agressão e violência que circulam em Lesbos, e que tomem medidas imediatas contra aqueles que perseguiram e atacaram agentes humanitários.” – Marco Sandrone, coordenador de projeto em Lesbos.

 

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