MSF dá apoio médico no Malaui após ciclone Freddy atingir sul do país

Tempestade deixou centenas de mortos e há risco de epidemias.

O ciclone Freddy atingiu a região sul do Malaui no dia 12 de março com chuvas e ventos fortes, causando danos a estradas, edifícios e sistemas de eletricidade. Os distritos de Blantyre, Chikwawa, Chiradzulu, Mulanje, Mwanza, Neno, Nsanje, Thyolo, Phalombe, Zomba são as áreas mais afetadas pela devastação, e o presidente do Malaui declarou estado de calamidade.

“A situação é terrível. Há muitas vítimas: pessoas feridas, desaparecidas ou mortas, e os números só aumentarão nos próximos dias”

-Guilherme Botelho, coordenador do projeto de emergência de MSF em Blantyre.

“O Hospital Central Queen Elizabeth, em Blantyre, está sobrecarregado com a chegada de vítimas vindas de diferentes áreas, então MSF reuniu uma equipe de enfermeiros e oficiais clínicos para fornecer apoio médico e logístico. Também estamos doando suprimentos médicos e avaliaremos se também precisamos fornecer alimentos aos pacientes”, acrescenta Botelho.

De acordo com os dados oficiais, o distrito de Blantyre registrou o maior número de mortes. O Hospital Central Queen Elizabeth registrou 220 vítimas, das quais 42 adultos e 43 crianças foram declaradas mortas na chegada.

“Redirecionamos alguns de nossos profissionais do projeto regular para o câncer do colo do útero para ajudar a equipe de emergência de MSF no Hospital Central Queen Elizabeth. Também suspendemos atividades de sensibilização comunitária para proteger nossa equipe de quaisquer riscos ligados a inundações repentinas e deslizamentos de terra durante movimentos ou de desabamentos de edifícios”, explica Marion Pechayre, coordenadora-geral de projeto de MSF no Malaui.

A ameaça de um ressurgimento da cólera continua preocupante, já que o Malaui sofreu recentemente o maior surto de sua história, depois de a tempestade tropical Ana ter atingido o país no ano passado.

• Saiba mais: Três ações de MSF em resposta à tempestade tropical Ana, no Malaui

“Transferimos os centros de tratamento de cólera para perto do hospital para garantir a segurança dos pacientes. A chuva ainda não parou e há muitos danos, o que realmente nos traz muitas preocupações. De fato, outro aumento nos casos de cólera é uma das nossas preocupações no rescaldo dessa tempestade, especialmente porque a cobertura vacinal em Blantyre é muito baixa. Mas por enquanto é muito cedo para avaliar”, diz Guilherme Botelho.

Nos próximos dias, as equipes de emergência de MSF continuarão avaliando a situação e as necessidades da população e das instalações de saúde nos distritos mais afetados do sul para fornecer apoio, incluindo tratamento médico, acesso a água potável e saneamento.

 

 

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