MSF já atendeu mais de mil vítimas do terremoto no Haiti

Equipes estão recebendo pacientes em quatro tendas montadas próximas às unidades de saúde destruídas pelo tremor. Necessidade maior é por cirurgias

Dois dias após o Haiti ter sido atingido por um terremoto de magnitude 7.0 na escala Richter, as equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Porto Príncipe já atenderam mais de mil pessoas. Em quatro tendas improvisadas, montadas perto das estruturas de saúde danificadas nas quais MSF trabalhava, os profissionais médicos têm recebido pacientes com fraturas, ferimentos na cabeça e outros grandes traumas.

A maior preocupação da equipe médica no momento é a enorme necessidade de realização de cirurgias e de tratar os feridos. Uma das equipes está indo trabalhar no maior hospital público do distrito de Cité Soleil, onde MSF já atuou anteriormente. Neste hospital, há um centro de cirurgia, o que vai ajudar a atender alguns desses casos.

Um hospital móvel, equipado com duas salas de cirurgia, deve chegar por avião nas próximas 24 horas, junto com cirurgiões e anestesistas extras. As equipes em Porto Príncipe também estão tentando identificar mais estruturas médicas que estão intactas e que poderiam ser usadas para a realização de cirurgias.

Alimentos, água e materiais de abrigo estão acabando, apesar de os estoques ainda não estarem esgotados e mais materiais estarem a caminho.

“Provisões básicas são sempre problemáticas para as pessoas em Porto Príncipe, mas agora é ainda pior”, explica Vincent Hoedt, um dos coordenadores de emergência de MSF. “Obviamente há uma preocupação com as pessoas que já estão enfraquecidas devido aos ferimentos. Também há falta de itens como gasolina, o que afeta o trabalho de todos os tipos de equipamentos vitais”.

A luta também é para enviar mais profissionais médicos e kits – há sete vôos fretados preparados para partir, mas apenas um deles de fato conseguiu chegar a Porto Príncipe. Este veio através do centro de logística de MSF no Panamá, trazendo 25 toneladas de material de emergência, incluindo três kits médicos para desastres e cobertores, lâminas de plástico, kits de higiene e de cozinha, tendas e galões de água. Cerca de 80 trabalhadores extras de MSF vão reforçar as equipes no terreno, assim que conseguirem chegar ao Haiti.

Ainda estamos preocupados com nossas equipes em Porto Príncipe. Não foi possível confirmar o paradeiro de todos os haitianos que fazem parte de MSF porque há muita dificuldade para usar os meios de comunicação e para localizar as pessoas. Essa preocupação se estende a alguns dos pacientes que estavam em estruturas de MSF quando o terremoto atingiu o país.

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