MSF já enviou cerca de 600 toneladas de material para ajudar vítimas das tsunamis na Ásia

Mais de 200 profissionais estrangeiros de ajuda humanitária já foram enviados para as regiões afetadas. As atividades de MSF estão mais concentradas na Indonésia e no Sri Lanka, onde as perdas humanas e materiais foram maiores

Pouco mais de um mês após a tragédia no sudeste da Ásia, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) publica um relatório completo das atividades de ajuda humanitária às vítimas do desastre até os dias de hoje. Desde o início das operações, mais de 200 profissionais estrangeiros de MSF e cerca de 600 toneladas de suprimentos já foram enviados para a região. Hoje, 127 profissionais de ajuda humanitária estão trabalhando em Aceh, Indonésia, 36 no Sri Lanka e seis na Índia, juntamente com os profissionais nacionais.

48 horas após as tsunamis, as primeiras equipes de MSF chegaram às áreas afetadas. Após avaliação inicial das necessidades, MSF decidiu focalizar sua ajuda humanitária no norte de Sumatra e na costa sul, leste e norte do Sri Lanka. Na Tailândia, MSF doou material de saúde para inúmeros hospitais na província de Phang Na e decidiu iniciar um programa para ajudar os imigrantes birmaneses – 5 mil deles desaparecidos após as tsunamis – a ter melhor acesso aos cuidados de saúde. No sul da Índia, MSF está iniciando programas de saúde mental, já que o trauma psicológico é o problema mais grave entre as comunidades afetadas. Levantamentos nas Ilhas Andaman revelam que não há necessidade de intervir dada a agilidade de mobilização dos profissionais locais de saúde. Em Mianmar e na Malásia, levantamentos realizados por MSF concluíram que praticamente todas as principais necessidades emergenciais de saúde foram atendidas.

Em Aceh e no Sri Lanka, a catástrofe resultou numa grande quantidade de mortos, assim como numa destruição material enorme. As autoridades de saúde da Indonésia e do Sri Lanka e outras organizações foram bastante ágeis ao prestar assistência aos sobreviventes. As atividades de MSF estão organizadas de forma a não duplicar o trabalho que já vem sendo realizado pelas autoridades de saúde e por outras organizações de ajuda humanitária. Os esforços de MSF incluem: apoio às estruturas locais de saúde e clínicas móveis, fornecimento de água potável e de saneamento básico nos locais onde estão as pessoas deslocadas, e entrega de produtos essenciais de ajuda humanitária. O apoio psicológico também tem sido um componente importante da resposta de MSF ao desastre em ambos os países. Na Indonésia, onde os profissionais de MSF realizaram mais de 15 mil consultas de saúde em janeiro, MSF também respondeu ao surgimento do tétano oferecendo cuidados às pessoas afetadas, além de vacinas e informações contra a doença.

Nenhuma epidemia ocorreu até o momento no Sri Lanka ou na Indonésia, embora na Indonésia o risco permanece alto devido às condições precárias de higiene em alguns lugares e à baixa cobertura vacinal. Avaliações feitas em diferentes campos de deslocados em Aceh revelam que apesar da enorme mobilização internacional, necessidades urgentes ainda não foram atendidas. Os esforços de MSF em oferecer suprimentos de ajuda humanitária, acesso a cuidados de saúde adequados, apoio psicológico e água e saneamento para as famílias continuam. As equipes de MSF também continuam avaliando formas de se oferecer uma assistência mais apropriada para que as famílias mais afetadas pelas tsunamis possam reconquistar sua independência.

Graças a enorme generosidade dos nossos doadores, MSF recebeu mais de 90 milhões de euros para prestar ajuda aos afetados pela tragédia. Até o momento, pouco mais de 10 milhões de euros já foram gastos, incluindo 8 milhões na Indonésia, e cerca de 25 milhões de euros já estão comprometidos e orçados para a primeira fase das operações de MSF. Embora MSF esteja comprometida em continuar oferecendo, no futuro, assistência às vítimas das tsunamis em Aceh e em outras regiões afetadas, as doações recebidas por MSF para a ajuda humanitária às vítimas desta tragédia ultrapassam as nossas previsões de gasto. MSF já começou a conctatar os doadores pedindo a eles que desvinculem suas contribuições da tragédia da Ásia para que MSF possa responder a outras crises humanitárias emergenciais como a de Darfur, no Sudão ou a da República Democrática do Congo. As doações serão devolvidas caso seja da vontade dos doadores.

Clique aqui para ter acesso ao relatório completo, versão em inglês e pdf, da resposta de MSF à tragédia na Ásia.

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