MSF responde a um surto de Ebola no Congo

A equipe de MSF criou um centro de isolamento com água potável e latrina para os pacientes em Mbomo, está oferecendo treinamento para enfermeiros locais e assistência médica aos moradores que não fugiram da cidade. Este é o terceiro surto em três anos.

Um surto da doença altamente contagiosa Ebola está acontecendo na província de Cuvette Ouest no Congo.

A febre hemorrágica do Ebola é uma das doenças mais perigosas da humanidade. Atualmente não existe vacina nem cura para o Ebola, e uma vez contraída a chance do paciente morrer é de 50 a 90%. Dada a sua natureza contagiosa, uma resposta efetiva e imediata ao surto é a única forma de combater a doença.

Este é o terceiro surto de Ebola em menos de três anos no Congo.

No final de semana passado, uma equipe de Médicos Sem Fronteiras confirmou a presença de vítimas da doença em duas localidades: 33 casos e 15 mortes no vilarejo de Mbomo e 3 mortes em Mbanza.

Devido às fortes chuvas das últimas semanas, os vilarejos estão bastante isolados; de Brazzaville, de carro, a equipe de MSF levou 4 dias para percorrer uma distância de apenas 728 quilômetros.

“É assustador que essas pessoas tenham que enfrentar surtos repetidos dessa terrível doença,” disse Paul Foreman, Coordenador Geral de MSF no Congo. “Desde a primeira epidemia em 2002 mais de 200 pessoas já morreram em Cuvette Ouest; o tipo de vírus identificado em cada surto tem 90% de mortalidade, por isso, cada novo surto traz terror e deslocamento social a toda a população.”

“É bastante agonizante que cinco profissionais de saúde treinados já tenham morrido, vítimas do Ebola em Cuvette Ouest desde 2002, e mesmo assim vemos muito pouco empenho para melhorar o acesso aos serviços de saúde, treinamento de novos profissionais ou assistência para as vítimas para essa e outras doenças no Congo.”

A equipe montou um centro de isolamento com água potável e latrinas para os pacientes em Mbomo. Eles também vêm realizando treinamento de enfermeiros locais, oferecendo uma visão geral do Ebola, os princípios do isolamento e a prática de vestir e retirar as roupas protetoras.

Além disso, MSF irá treinar as equipes responsáveis pelo enterro das vítimas usando técnicas seguras mas que respeitem a cultura local. MSF irá oferecer materiais para proteção aos pacientes que se recusarem a permanecer no centro de isolamento, preferindo ficar em casa com seus familiares, e vai tentar oferecer ajuda médica aos moradores da região que não fugiram da cidade.

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