Nagorno-Karabakh: MSF se prepara para atender as pessoas que buscam refúgio na Armênia

Após ataques do Azerbaijão, mais de 28 mil pessoas fugiram de Nagorno-Karabakh em busca de segurança na Armênia.

© iAko M. Randrianarivelo/Mira Photo

Na terça-feira, 19 de setembro, o Azerbaijão lançou um ataque contra várias localidades de Nagorno-Karabakh. Vinte e quatro horas mais tarde, foi anunciado um cessar-fogo por todas as partes, seguido de um deslocamento de pessoas em busca de segurança dentro e fora da região. As autoridades armênias informaram nesta quarta-feira, 27 de setembro, que mais de 28 mil pessoas já atravessaram o corredor de Lachin, situado na fronteira entre a região de Nagorno-Karabakh e a Armênia, em busca de segurança e assistência no país.

Na quinta-feira passada, Médicos Sem Fronteiras (MSF) enviou uma equipe a Goris, na província de Syunik, no sul da Armênia, para prestar ajuda às pessoas que fogem de Nagorno-Karabakh para essa região, depois de vários meses vivendo sob cerco. As equipes de MSF estão se preparando para prestar apoio de saúde mental às pessoas impactadas. Estamos prontos para nos adaptarmos à evolução das necessidades à medida que mais pessoas chegam.

As pessoas dessa região sofreram nove meses de isolamento, sem acesso a itens essenciais, a alimentos e a assistência médica e humanitária.”
– Franking Frias, coordenador-geral de MSF na Armênia.

“As pessoas se viram presas em meio a bombardeios e tiros, forçadas a fazer escolhas dolorosas entre arriscar suas vidas permanecendo em casa ou deixar tudo para trás em busca de segurança”, conclui Frias.

Desde dezembro de 2022, o corredor de Lachin, um espaço de sobrevivência fundamental para a região, tem estado sujeito a um bloqueio que resultou em uma grave escassez de bens essenciais, incluindo alimentos, medicamentos, combustível e outros bens de primeira necessidade para cerca de 120 mil habitantes de Nagorno-Karabakh.

“É fundamental que as pessoas que pretendem deixar o território tenham acesso a uma passagem segura para fora de Nagorno-Karabakh”, afirma Frias. “Isso para evitar que se tornem vítimas da escalada do conflito na região e que enfrentem outros riscos para a sua saúde, dignidade e segurança durante a travessia”.

Azerbaijão

MSF começou a trabalhar no Azerbaijão em 1989. Durante a década de 1990, as nossas equipes reabilitaram as estruturas de saúde pública no país. Também fornecemos um programa de imunização e trabalhamos na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis em clínicas nas regiões de Imishli, Saatli e Fizuli, no sudoeste do país, até janeiro de 2001. Prestamos cuidados de saúde básicos gratuitos em clínicas nos arredores de Sumgayit, na costa do Mar Cáspio, no início da década de 2000, antes de os programas regionais de saúde serem entregues a outras organizações.

Armênia

MSF atuou pela primeira vez na Armênia em 1988, para responder às necessidades médicas após o terremoto de Spitak, antes de tratar pessoas com tuberculose resistente com medicamentos novos e eficazes. Desde o início de 2023, equipes de MSF se concentram em fornecer tratamento para a hepatite C a pessoas que vivem em circunstâncias vulneráveis, incluindo prisioneiros. O projeto oferece acesso a triagem, diagnóstico e tratamento oportunos em uma unidade de saúde geral em Yerevan.

Nagorno-Karabakh

Antes de 19 de setembro de 2023, na região de Nagorno-Karabakh, reconhecida internacionalmente como parte do Azerbaijão, mas maioritariamente povoada e governada por armênios étnicos, MSF apoiava a prestação de serviços de saúde mental em instalações de saúde pública.

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