Profissional de MSF é morto por forças israelenses na cidade de Gaza

Fadi Al-Wadiya, fisioterapeuta de MSF, estava a caminho do trabalho quando foi morto e não há qualquer indicação de que ele fizesse parte de grupo armado

As forças israelenses acusaram nosso colega palestino Fadi Al-Wadiya de ser um “importante agente ” do grupo armado Jihad Islâmica. O profissional foi morto nesta terça-feira (25/6) em um ataque do Exército israelense enquanto estava a caminho do trabalho, na clínica de Médicos Sem Fronteiras (MSF) na cidade de Gaza.

Não temos nenhuma indicação de que essa acusação seja verdadeira e não recebemos nenhuma comunicação direta das autoridades israelenses sobre isso antes que a acusação fosse tornada pública, por meio de um tweet, após a morte do profissional. Fadi foi executado por um ataque israelense e nenhuma prova de que ele tenha se envolvido em qualquer atividade ilícita foi compartilhada com MSF. Somente uma investigação independente será capaz de estabelecer os fatos.

Fadi Al-Wadiya era fisioterapeuta de MSF. ©MSF

Fadi era profissional de saúde, fisioterapeuta e pai de três filhos. Ele trabalhou com MSF entre 2018 e 2022 e recentemente voltou a se juntar às nossas equipes para cuidar de pacientes feridos pelos contínuos e implacáveis ataques israelenses em Gaza. Na manhã de 25 de junho, Fadi estava andando de bicicleta, sem ameaçar ninguém, a caminho do trabalho, e foi assassinado do lado de fora de nossa clínica na Cidade de Gaza. Cinco outras pessoas foram mortas nesse ataque israelense, incluindo três crianças.

Fadi é o sexto membro da equipe de MSF morto em Gaza desde 7 de outubro e um dos 500 profissionais de saúde mortos pelas forças israelenses durante o mesmo período, de acordo com as Nações Unidas. Não há justificativa para isso, é inaceitável. Os profissionais de saúde devem ser protegidos e não devem ser alvo.

MSF é uma organização independente e imparcial que presta assistência médica a pessoas necessitadas em Gaza e em outros lugares ao redor do mundo. Todos os membros de MSF assumem o compromisso de respeitar a carta de MSF e, assim, fornecer assistência de forma independente, neutra e imparcial – sem discriminação de raça, religião, filosofia ou política – no âmbito de seu trabalho.

 

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