Quênia: resposta à COVID-19 e serviços de saúde regulares para refugiados em Dadaab

Ajuda humanitária é essencial para garantir a sobrevivência da população

Quênia: resposta à COVID-19 e serviços de saúde regulares para refugiados em Dadaab

Os casos de COVID-19 têm aumentado gradualmente no Quênia e um dos campos de refugiados mais antigos do mundo não foi poupado. Quando o primeiro caso foi confirmado no complexo de refugiados de Dadaab, no dia 15 de maio, Médicos Sem Fronteiras (MSF) agiu rapidamente e ativou medidas de contingência para ajudar a conter a propagação do novo coronavírus.

“Nossas equipes estavam em alerta desde o dia em que o primeiro caso foi relatado no país. Imediatamente, começamos a adaptar nossas operações e a otimizar o fluxo de pacientes, ao mesmo tempo em que implementamos as principais medidas de prevenção e controle de infecções para garantir que todos os profissionais e pacientes permanecessem seguros em nossas instalações”, diz Jeroen Matthys, coordenador de projetos de MSF em Dadaab.

MSF construiu uma estrutura de isolamento de 40 leitos em Dagahaley – um dos campos que formam o complexo de refugiados de Dadaab –, que poderia ser convertida em um centro de tratamento, se necessário. MSF também mantém atividades de educação sanitária para os refugiados no campo, auxiliando no rastreamento de contatos das pessoas que testaram positivo.

Até o dia 17 de junho, havia 10 casos confirmados de COVID-19 no complexo de refugiados de Dadaab – dois foram relatados em Dagahaley. Dois pacientes já receberam alta. Todos os pacientes refugiados estão isolados atualmente no centro de tratamento conjunto do complexo, administrado pela Cruz Vermelha do Quênia, no campo Ifo 2. Todos os contatos foram rastreados e colocados em quarentena, de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde.

Com restrições de mobilidade ainda mais rígidas, os serviços humanitários continuam sendo vitais e o único meio que muitos refugiados têm para obter alimentos. Para MSF, a prioridade tem sido garantir que os serviços de saúde no campo não sejam interrompidos e que os refugiados continuem recebendo assistência médica em um ambiente seguro.

Embora as fortes chuvas presenciadas na região nos últimos meses tenham diminuído, as equipes de MSF estão se preparando para responder a possíveis surtos de doenças transmitidas pela água, como a cólera, e ao aumento da desnutrição, com casos iniciais já registrados no mês de maio.

“Estamos nos esforçando para manter uma equipe e suprimentos de itens médicos essenciais para garantir o tratamento de nossos pacientes, apesar das restrições de viagem relacionadas à COVID-19, que prejudicaram nossa resposta. Nossa maior preocupação é o ambiente cada vez mais difícil que essas restrições criaram para encaminhamentos de pacientes que precisam de cuidados avançados ou especializados fora dos campos, colocando muitas vidas em risco”, acrescenta Jeroen.

MSF fornece assistência médica abrangente a refugiados e comunidades anfitriãs, incluindo atendimento primário e secundário, por meio de dois postos de saúde e um hospital de 100 leitos no campo de Dagahaley. Equipes de MSF oferecem assistência médica sexual e reprodutiva, incluindo cirurgias obstétricas de emergência; assistência médica e psicológica aos sobreviventes de violência sexual e de gênero (SGBV); saúde mental; apoio ao tratamento da diabetes em domicílio; cuidados paliativos e encaminhamentos especializados. Os serviços estão disponíveis não só para os refugiados, muitos dos quais estão no campo há quase 30 anos, mas também para as comunidades locais.

Em 2019, MSF realizou mais de 210 mil consultas ambulatoriais, admitiu cerca de 10 mil pacientes para tratamento e assistiu mais de 2.800 partos. Segundo o ACNUR, até o final de 2019, havia 217.197 pessoas vivendo em Dadaab.

 

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