RDC: MSF trata sobreviventes de ataque em Mpeti

Violência indiscriminada em vilarejo faz vítimas civis; entre elas, crianças

A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) está tratando sobreviventes de um ataque a Mpeti, na província de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo (RDC). O vilarejo, onde vivem cerca de mil pessoas, foi atacado por homens armados com bionetas, machetes e clavas de madeira na última terça-feira, 14 de maio, pela manhã.  

Entre os feridos sendo tratados no hospital de Mweso, a cerca de 40 km dali, há duas crianças pequenas; uma ficou órfã após o ataque. A mãe e o irmão de 18 meses da outra criança também foram mortos.

“Recebemos duas crianças pequenas com ferimentos resultantes de múltiplas facadas no peito, nas costas e na cabeça, e um homem adulto com múltiplas facadas nas costas e no pescoço. No momento, todos os pacientes estão estáveis e vão se recuperar bem”, conta o cirurgião Martin Jarmin.

MSF presta suporte a um centro de saúde em Mpeti que trata cerca de 300 pacientes toda semana, principalmente por doenças como a malária. Desde o início do ano, os confrontos e a insegurança na região impediram, por vezes, a equipe de acessar os pacientes em necessidade. Os confrontos entre as milícias armadas que controlam diferentes partes da região levaram ao deslocamento irregular da população nos últimos meses. O vilarejo está cmpletamente deserto no momento.

Sobreviventes do ataque disseram a MSF que a violência estava diretamente direcionada aos civis e que o massacre indiscriminado causou muitas mortes. Aparentemente, os corpos foram jogados no rio.

“Esse foi um ataque deplorável e brutal no qual jovens crianças foram alvo e seus pais, mortos”, conta Hugues Robert, coordenador geral de MSF em Goma. “MSF condena de forma absoluta ataques dessa natureza contra civis.”

“Suspeito que muitos mais tenham morrido em Mpeti durante esse ataque, tanto diretamente, devido a ferimentos, quanto por causa da impossibilidade de buscar assistência médica imediata nas horas que se seguiram à violência. Tenho receio de que os pacientes que pudemos tratar sejam apenas a ponta do iceberg”, conclui Hugues Robert.

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