Região do Pacífico Sul assolada por tufões e terremoto

MSF avalia necessidades das vítimas das catástrofes naturais registradas nas Filipinas, Indonésia e em Samoa

Mais de 60 cirurgiões, médicos, enfermeiras, logísticos e outros profissionais de Médicos Sem Fronteiras (MSF) integram o substancial esforço local e internacional em Manila, nas Filipinas, e em Pandang, na Indonésia, e Samoa, no Pacífico Sul. Além disso, 45 toneladas de material médico e de emergência estão a caminho da Indonésia. Equipes de MSF estão identificando as necessidades ainda não atendidas e começaram a realizar atividades médicas móveis e a distribuir itens de emergência nos locais necessários.

Levantamentos realizados nas Filipinas – uma equipe está averiguando a situação em Tuguegarao, cidade ao norte do país, onde um segundo tufão provocou grandes estragos e matou outras 15 pessoas. Outras equipes estão focadas na cidade de Manila e seus arredores, uma semana após a passagem da tempestade tropical Ketsana.

De acordo com os números oficiais, as enchentes provocaram a morte de 300 pessoas e deixaram 320 mil deslocadas em Manila e seus arredores. O nível das águas começou a baixar e muitas pessoas estão voltando para casa. No entanto, alguns lugares ainda estão debaixo d’água e podem-se levar meses até para retirar toda a água.

Uma clínica móvel começou a funcionar e uma distribuição de itens não alimentícios (sabão, tigelas e lâminas de plástico) teve início na Baía de Laguna, sudeste de Manila, em uma área ainda parcialmente inundada. O tamanho e a topografia da região fazem com que seja difícil ter acesso às populações que podem precisar de assistência urgente. As equipes de MSF estão usando helicópteros ou barcos.

Nenhum surto de doença foi registrado. Duas clínicas móveis estão oferecendo cerca de 70 consultas médicas por dia em cada um dos cerca de 505 centros de evacuação em Manila. As principais doenças são diarréia e infecções dermatológicas. As equipes médicas de MSF implementaram um serviço de monitoramento para responder a possíveis surtos de doenças associadas à água contaminada ou infecções traqueo respiratórias.

“Após cada grande desastre natural, alertas são dados com relação a grandes riscos de epidemias”, observa Dr. Jean Rigal, diretor médico de MSF. “O fato é que não houve registro de surtos de doenças após a tsunami em 2005, o furacão Katrina no mesmo ano e o Mitch em 1998. Na verdade, raramente há epidemias logo após um desastre natural. Mas elas podem ocorrer mais tarde se a doença já estiver presente, se o acesso a cuidados de saúde e água potável tenham diminuído e onde as pessoas são forçadas a se aglomerar no restrito espaço dos acampamentos temporários. É por isso que um sistema de monitoração é necessário”.

Mesmo assim, os riscos de saúde relacionados à deterioração de cadáveres, muitas vezes apontados como um perigo, são relativamente pequenos.

Levantamentos na Indonésia – Cerca de 40 profissionais – incluindo cirurgiões, enfermeiras, psicólogos e logísticos – estão analisando as necessidades na cidade de Pandang e seus arredores, principalmente na cidade de Pariaman, onde cerca de 90% das casas foram destruídas. Os mais recentes números oficiais apontam 704 mortos, com possivelmente entre 1 mil e 3 mil desaparecidos quase uma semana depois que um grande terremoto atingiu a Ilha de Sumatra.

Há cerca de 800 pessoas gravemente feridas e outras 2,6 mil com ferimentos leves. Mas a provisão médica geral, com vários hospitais de terreno, parece ser adequada no momento. As equipes de MSF estão se focando nas necessidades em potencial das áreas rurais mais próximas. O trabalho está tendo início agora com clínicas móveis e a distribuição de itens de emergência.

Levantamento nas Ilhas Samoa, no Pacífico Sul – Uma pequena equipe composta por um coordenador, um especialista em água e saneamento e um psicólogo visitou a costa sul da Ilha Upolu, entre os vilarejos de Lalomanu e Fusi, para realizar avaliações iniciais. Uma parte significante dessa costa (entre Lalomanu e Lotofaga) recebeu o principal impacto do terremoto, desencadeando uma tsunami no dia 29 de setembro.

Uma equipe também está visitando a Ilha Manono, no oeste de Upolu. Acessível apenas por barco, essa área ainda não recebeu nenhum tipo de assistência das agências humanitárias. MSF vai avaliar as necessidades psicológicas das pessoas nas áreas mais afetadas.

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