República Centro-Africana: MSF reforça atividades médicas em Bangui

Após mais de um mês do ressurgimento da violência na capital do país, cresce o número de feridos e deslocados internos em necessidade de cuidados

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A situação continua tensa entre diferentes comunidades de Bangui, capital da República Centro-Africana (RCA), após o ressurgimento da violência no fim de setembro, levando muitas pessoas a buscarem refúgio em acampamentos de deslocados internos, como Bem Zvi, John XXII, Saint-Sauveur e Mpoko. Mais de 44 mil pessoas estão deslocadas na região e vivendo em condições de higiene e de vida precárias, com pouco ou nenhum acesso a cuidados de saúde.

Muitas famílias deslocadas agora acolhem novas pessoas fugindo da violência. Isso está acontecendo principalmente no acampamento de Mpoko, próximo ao aeroporto de Bangui, onde a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) mantém uma estrutura de saúde. Atualmente, MSF está reforçando suas atividades voltadas para água, higiene e saneamento.

“Deslocados estão enfrentando novos problemas de saúde como resultado de terem de viver em condições anti-higiênicas em acampamentos superlotados. Entre essas famílias, algumas já viviam nesses acampamentos por vários meses e já tinham tentado, sem sucesso, voltar para casa. É essencial oferecer nesse momento acesso adequado a cuidados de saúde a essas pessoas”, diz Emmanuel Lampaert, coordenador-geral de MSF em Bangui.

Devido à insegurança, muitos centros de saúde em Bangui não estão mais operando e muitas pessoas buscam cuidados na estrutura de MSF no acampamento de Mpoko. Antes do ressurgimento da violência e do influxo de novos deslocados, a equipe de MSF no local estava realizando entre 250 e 300 consultas por dia. Atualmente, mais de 400 pessoas são atendidas diariamente. O número de partos subiu de 25 para 42 por semana, devido à dificuldade de chegar a outras maternidades e do número cada vez maior de deslocados no acampamento.

Os feridos que necessitam de cuidados especializados são transferidos por ambulância para o Hospital Geral. Em menos de uma semana, equipes de MSF na instalação receberam mais de 80 feridos por tiros, granadas ou armas brancas.

Pouco após a eclosão da violência em setembro, equipes de MSF passaram a oferecer cuidados por meio de clínicas móveis em cinco acampamentos na cidade. Atualmente, mais de mil pacientes estão sendo atendidos por semana, principalmente para tratar malária e infecções do trato respiratório.

MSF também organizou uma campanha de vacinação contra o sarampo para crianças de seis meses a 10 anos em 12 locais prioritários, incluindo todas as instalações de MSF e a mesquita central de PK5, onde MSF mantém uma clínica móvel uma vez por semana. Apesar do contexto de segurança volátil e imprevisível, MSF continua recebendo pacientes no Hospital Geral, oferece cuidados maternos na maternidade de Castors e apoia o centro de saúde de Mamadou Mbaiki.

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