Síria: explosão de dois carros-bomba afeta civis

“Hoje, nesse contexto de grande insegurança, nossa capacidade de levar ajuda é extremamente limitada”, diz Dr. Mego Tarzian, presidente de MSF.

Dois carros-bomba explodiram no último sábado, dia 26 de julho, em cidades ao norte da Síria –Atmeh e Azaz – afetando um grande número de civis, incluindo um profissional sírio da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF). MSF condena fortemente esses ataques mortais contra civis.

Em Atmeh, na província de Idlib, um carro-bomba explodiu próximo a um mercado que estava lotado devido à preparação para a grande festa do Eid, que marca o fim do Ramadã. Cerca de 20 pessoas foram mortas e 80 feridas, de acordo com fontes locais. Um hospital de MSF naquela área recebeu 41 feridos, dos quais seis morreram, incluindo um membro da equipe da organização, que foi gravemente ferido no ataque e morreu logo após chegar ao hospital.

Apenas duas horas antes, outro carro-bomba explodiu em Azaz, outra cidade controlada pela oposição e que fica próxima à fronteira da Turquia. Segundo estimativa provisória, o ataque resultou em cinco mortes e 20 pessoas feridas.

Até então a cidade de Atmeh estava relativamente afastada dos conflitos. A área, próxima à fronteira da Turquia, abriga um grande número de acampamentos, onde mais de 70 mil sírios buscaram refúgio. O ataque mortal ao mercado da cidade parece ter deliberadamente civis como alvos e reflete a escalada de violência enfrentada pelos sírios.

Depois de mais de três anos de conflitos, o número de vidas prejudicadas tem sido enorme, com mais 170 mil pessoas mortas, de acordo com diferentes fontes, e quase metade da população deslocada de suas casas, buscando refúgio em regiões aparentemente menos perigosas ou no exterior.

Para MSF, assim como para as poucas outras organizações humanitárias internacionais que estão trabalhando na Síria, está ficando cada vez mais difícil oferecer ajuda. Apesar das pessoas enfrentarem grandes dificuldades para ter acesso a cuidados médicos, suas necessidades por tratamento são enormes.

“Hoje, nesse contexto de grande insegurança, nossa capacidade de levar ajuda é extremamente limitada”, diz Dr. Mego Tarzian, presidente de MSF.

MSF atualmente administra quatro hospitais, dois centros de saúde e várias cínicas móveis em áreas controladas pela oposição no norte da Síria. MSF também presta suporte em algumas das áreas mais atingidas pelo conflito através de doações de suprimentos médicos e itens essenciais de sobrevivência.

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