Vacinação contra sarampo e coqueluche na RCA: veja quatro fases da atuação de MSF

Mais de 40 mil crianças foram vacinadas contra o sarampo e cerca de 14 mil contra a coqueluche em uma resposta de emergência na República Centro-Africana.

Foto: Ahmed Hassan Sami/MSF

Em parceria com o Ministério da Saúde, Médicos Sem Fronteiras (MSF) respondeu a um alerta de sarampo e coqueluche na região entre as cidades de Kembé e Satema (que formam um distrito sanitário), uma área particularmente isolada. Primeiro, a equipe de emergência confirmou casos com um laboratório móvel e, depois, lançou uma campanha de vacinação. Mais de 40 mil crianças foram imunizadas contra o sarampo e cerca de 14 mil contra a coqueluche. Confira as quatro fases da nossa atuação no distrito:

1. Alerta das autoridades

Centro de saúde de Satema. Foto: Kristen Poels/MSF

O distrito sanitário de Kembé-Satema, no sul da República Centro-Africana, é particularmente difícil de alcançar devido às estradas precárias e à insegurança relacionada aos conflitos na região. Após as autoridades emitirem um alerta em 2022 sobre possíveis surtos de sarampo e coqueluche (também conhecida como tosse convulsa), uma equipe do laboratório móvel de MSF visitou o distrito para testar casos suspeitos. Depois, em janeiro de 2023 , MSF lançou uma resposta de emergência de três meses, incluindo uma campanha de vacinação em sua estratégia.

2. Campanha de vacinação

Chanelle com seu filho em campanha de vacinação. Foto: Kristen Poels/MSF

Durante os meses da resposta de emergência, a equipe forneceu imunização contra o sarampo e a coqueluche para as crianças das comunidades do distrito sanitário de Kembé-Satema. Chanelle (na imagem acima) levou seus três filhos ao hospital assim que soube que MSF estava realizando a campanha de vacinação.

“Eu sei que, sem vacina, uma criança pode pegar a doença e até morrer”, disse ela. “Agora eu sei que eles estarão bem protegidos”, completou.

3. Apoio à estrutura de saúde

Régis Ngazanguinza , médico de MSF. Foto: Kristen Poels/MSF

Além de realizar a campanha de vacinação, MSF apoiou a estrutura de saúde local. A maioria dos centros e postos de saúde carecem de profissionais, medicamentos e equipamentos, e a população enfrenta desafios para chegar até as unidades médicas.

“Muitas das mortes ocorrem com pacientes que chegam tarde demais, vindos de longe, e têm dificuldades em se deslocar por causa do estado das estradas e da insegurança”, conta Régis Ngazanguinza (imagem acima), médico da equipe de emergência de MSF. “Muitas vezes, as pessoas da comunidade não vêm ao hospital para tratamento porque não podem pagar a viagem ou os medicamentos necessários.”

4. Alcance da resposta de emergência

Local de vacinação em Satema. Foto: MSF

Durante a resposta de emergência no distrito de saúde de Kembé-Satema, a equipe de MSF conseguiu vacinar mais de 40 mil crianças contra o sarampo e cerca de 14 mil contra a coqueluche. Para isso, foram mobilizados 500 profissionais que trabalharam em equipes de vacinação fixas e móveis, além de 100 mobilizadores comunitários. As equipes locais do Ministério da Saúde foram acionadas desde o início da resposta. Além de proporcionar uma cobertura total de imunização a milhares de crianças, a resposta de emergência ofereceu uma oportunidade de compartilhar informações com autoridades e equipes locais.

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