A mpox tem sido endêmica na África Central e na África Ocidental, com duas cepas diferentes, desde a década de 1970. Entre 2020 e 2023, se espalhou rapidamente pelo mundo, com dezenas de milhares de casos ligados à variante da África Ocidental relatados em mais de 110 países.

A mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, é uma doença causada pelo vírus Mpox (MPXV), do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. Trata-se de uma doença zoonótica viral (circula entre animais), que sua transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com pessoa infectada, materiais contaminados e animais infectados pelo vírus Mpox. Os principais sintomas da mpox são febre, lesões cutâneas (erupções na pele), ínguas (inchaço de linfonodos), dor de cabeça, decaimento e calafrio.

Se você teve contato próximo com um caso suspeito ou confirmado de mpox, procure uma unidade de saúde para avaliação. Se possível, isole-se, evite contato próximo com outras pessoas e siga as orientações médicas.

O período de incubação (intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus até o adoecimento) varia de três a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias. Após a manifestação de sintomas, como erupções na pele, e passado o período em que as crostas desaparecem, a pessoa doente deixa de transmitir o vírus a outras pessoas. As erupções na pele geralmente começam dentro de um a três dias após o início da febre, mas, às vezes, podem aparecer antes da febre.

1.

Causa

A doença é causada pelo vírus Monkeypox.

Os surtos de mpox são causados por diferentes cepas do mesmo vírus mpox chamados clados. O clado 1 está circulando na República Democrática do Congo há anos, enquanto o clado 2 foi responsável pelo surto global que começou em 2022. O surto que teve início em 2024 no leste da República Democrática do Congo é causado por uma nova ramificação do clado 1, chamada clado 1b, que causa uma doença mais grave do que o clado 2.

 

2.

Transmissão

A mpox é transmitida pelo contato próximo entre animais e, desde sua mutação, entre humanos.

Anteriormente, os surtos de mpox estavam relacionados principalmente à transmissão zoonótica (de animais). Agora, a doença está sendo transmitida de humano para humano, sem o envolvimento de animais. Essa nova transmissão é causada pela variante do clado 1, chamada clado 1b (o clado 1 é endêmico na República Democrática do Congo). Na província de Kivu do Sul, por exemplo, a doença começou a se espalhar em 2023 de pessoa para pessoa (exclusivamente) para várias regiões, tanto por contato sexual quanto por contato próximo, o que foi um fenômeno novo em comparação com o surto anterior.

3.

Sintomas

Os principais sintomas são:

  • Febre;
  • Erupções cutâneas;
  • Lesões na pele;
  • Dor;
  • Dores de cabeça;
  • Ínguas;
  • Calafrios;
  • Exaustão.

4.

Prevenção

A vacina ajuda a prevenir a infecção da mpox. O imunizante pode ser administrado até quatro dias depois do contato com uma pessoa que contraiu a doença. Se não houver sintomas, a vacina pode ser administrada no prazo de 14 dias.

Outra forma de prevenção é a promoção da saúde nas comunidades, compartilhando informações sobre a doença e medidas que podem ser tomadas no dia a dia para conter a transmissão da mpox, como evitar o contato físico com pessoas com suspeita de infecção ou com diagnostico confirmado.

5.

Diagnóstico

O teste recomendado para identificar a mpox é feito por meio da técnica de PCR (ou Reação em Cadeia da Polimerase). É possível coletar o material para análise diretamente das erupções cutâneas ou, quando não há lesões, o teste pode ser feito com amostras anais, retais e ou orofaríngeas (uma parte da garganta).

6.

Tratamento

Não há tratamento específico para mpox, ele depende do quadro apresentado pelo paciente. Sintomas comuns – como erupções cutâneas, lesões e dores – podem ser manejados com tratamento de suporte para ajudar a controlar o quadro e evitar complicações. A maioria dos pacientes se recupera em um mês, mas entre 1% a 10% dos casos podem ter complicações que levam a morte.

7.

Atividades de MSF

Médicos Sem Fronteiras (MSF) implementou respostas de emergência para conter casos de mpox na República Democrática do Congo em 2021, 2023 e em 2024.

A resposta de nossas equipes inclui: 

• Apoio ao fornecimento de cuidados de saúde para pacientes em estados mais graves;

• Apoio ao acompanhamento ambulatorial de pacientes com formas mais leves da doença;

• Treinamento de profissionais de saúde locais;

• Promoção da saúde para informar a população sobre medidas de prevenção;

Fornecimento de kits para tratamento e coleta de amostras a hospitais;

• Vigilância de novos casos da doença.