Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização humanitária internacional que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por graves crises humanitárias. Também é missão de MSF chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelos pacientes atendidos em seus projetos.
Levamos cuidados de saúde a pessoas em extrema necessidade de ajuda humanitária. Atuamos em contextos de conflitos armados e guerras, epidemias e pandemia, desastres naturais e socioambientais e em situações de refúgio, migração e deslocamentos forçados.
Como organização médica, buscamos sempre oferecer o melhor tratamento disponível aos nossos pacientes. O trabalho de MSF envolve uma grande variedade de atividades, desde a organização de campanhas…
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Cartum, capital do Sudão, após combates iniciados em meados de abril. Maio de 2023. © Atsuhiko Ochiai/MSF
Por Dr. Ahmed Abd-elrahman, Oliver Behn, Dr. Marc Biot, William Hennequin, Dr. Sal Ha Issoufou, Kenneth Lavelle, Teresa Sancristoval – diretores de Operações de MSF
Os conflitos foram um dos principais fatores de vulnerabilidade em 2023. Por isso, a assistência a pessoas afetadas pela violência teve destaque nos projetos de Médicos Sem Fronteiras (MSF). Também respondemos a catástrofes e surtos de doenças, e oferecemos cuidados de saúde a refugiados, migrantes e outras pessoas marginalizadas.
Em meados de abril de 2023, quando a guerra teve início repentinamente no Sudão, nossas equipes adaptaram rapidamente suas atividades para reagir ao novo cenário. Os combates foram intensos na capital, Cartum, e em grandes áreas do país. Como consequência, milhões de pessoas foram deslocadas e fugiram para países vizinhos.
Prestar assistência às pessoas feridas e deslocadas pela guerra mostrou-se extremamente difícil, e em certas áreas MSF é a única organização humanitária internacional presente. Em algumas instalações de saúde, fomos obrigados a suspender temporariamente nossas atividades, pois autoridades no Sudão bloquearam a distribuição de suprimentos médicos. Também não tem sido fácil obter vistos para as equipes entrarem no país, a fim de apoiar os profissionais sudaneses, exaustos.
No final de 2023, muitas pessoas no Sudão lutavam por cuidados médicos, alimentos e água, e as que haviam atravessado as fronteiras estavam vivendo em terríveis condições nos acampamentos. Nossas equipes no Chade e no Sudão do Sul, países vizinhos, trataram milhares de refugiados sudaneses.
Já na Faixa de Gaza, desde a escalada brutal da guerra, em 7 de outubro, as forças israelenses têm bombardeado e atacado implacavelmente áreas residenciais e infraestruturas civis. Israel impôs também um bloqueio total, cortando o abastecimento de água, alimentos e outros itens essenciais. Até o momento da publicação deste texto, 40 mil pessoas haviam sido mortas em Gaza, e mais de 1,9 milhão foram forçadas a se deslocar, vivendo em condições insalubres e sem qualquer segurança.
Muitas instalações de saúde já não funcionam por causa dos bombardeios ou da falta de combustível necessário para o funcionamento dos geradores. As que permanecem parcialmente funcionais estão sobrecarregadas de pacientes, com equipe insuficiente e quase nenhum material. As infraestruturas e os profissionais de saúde — incluindo os de MSF — foram repetidamente atingidos por ataques aéreos ou balas. Tem sido difícil obter suprimentos, e o espaço físico para prestar cuidados de saúde com segurança diminuiu.
Serviço de clínica móvel de MSF em Porto Príncipe, no Haiti. Fevereiro de 2023. © Alexandre Marcou/MSF
Em 2023, os civis continuaram suportando o peso da terrível violência perpetrada por grupos armados no nordeste da República Democrática do Congo. Milhões de pessoas foram deslocadas ou forçadas a deixar o país. Nossas equipes prestaram cuidados médicos às pessoas que viviam em condições terríveis, incluindo muitos feridos de guerra e sobreviventes de violência sexual.
No Haiti, a explosão de violência continuou na capital, Porto Príncipe, limitando o acesso da população a cuidados de saúde e a capacidade de MSF de oferecê-los. Por vezes, tornou-se muito perigoso para nossa equipe se deslocar até o trabalho, e em inúmeras ocasiões fomos forçados a suspender ou a fechar instalações ou serviços de saúde.
Na região do Sahel, na África, conflitos destruíram comunidades e meios de subsistência, e impediram as pessoas de terem acesso a cuidados médicos. O contexto na área impôs muitos desafios de segurança e logística para nossas equipes em 2023, como obter acesso às áreas onde as necessidades eram maiores, trazer profissionais e suprimentos necessários.
Distribuição de itens de socorro de MSF em um centro de recepção para famílias deslocadas pelo terremoto que atingiu a Síria e a Turquia em 6 de fevereiro de 2023. Salqin, província de Idlib, Síria. Fevereiro de 2023. © Omar Haj Kadour
Distribuição de itens de socorro de MSF em um centro de recepção para famílias deslocadas pelo terremoto que atingiu a Síria e a Turquia em 6 de fevereiro de 2023. Salqin, província de Idlib, Síria. Fevereiro de 2023.
Em fevereiro de 2023, quando dois fortes terremotos atingiram o sul da Turquia e o noroeste da Síria, matando dezenas de milhares de pessoas, MSF agiu imediatamente, fornecendo cuidados médicos e de saúde mental, assim como água potável, instalações sanitárias, abrigo e alimentação.
Também enviamos equipes para ajudar as pessoas afetadas pelo ciclone Freddy no Malaui e em Moçambique, assim como pelo ciclone Mocha em Mianmar — oferecemos consultas médicas, fornecemos água potável, construímos e consertamos banheiros.
Nossas equipes também forneceram cuidados de saúde e material médico depois que a cidade de Derna, na Líbia, foi parcialmente destruída por inundações. No sudoeste do Marrocos, oferecemos apoio de saúde mental aos sobreviventes de um terremoto, e, no Afeganistão, também ajudamos a tratar os feridos por um terremoto e doamos suprimentos.
Pessoas cruzam um rio na selva de Darién, que liga a Colômbia ao Panamá. Agosto de 2023. © Natalia Romero Peñuela/MSF
Pessoas cruzam um rio na selva de Darién, que liga a Colômbia ao Panamá. Agosto de 2023.
Em 2023, continuamos a ajudar as pessoas que fizeram a perigosa travessia pela selva de Darién, região com densas florestas entre a Colômbia e o Panamá. Mais de meio milhão de pessoas — incluindo muitas famílias e crianças — fizeram a travessia, o dobro do número registado em 2022. Nossas equipes trataram pacientes com doenças e ferimentos causados pela viagem e vítimas de violência. Atendemos ainda refugiados, migrantes e requerentes de asilo que foram submetidos às políticas desumanas de migração europeias.
Continuamos a prestar uma série de serviços médicos aos refugiados rohingyas em Bangladesh, que ainda vivem em acampamentos superlotados e enfrentam crescente hostilidade por parte do governo e das comunidades locais.
Campanha de vacinação para comunidades nômades no Chade. Maio de 2023. © Johnny Vianney Bissakonou/MSF
Em 2023, tratamos milhares de pacientes com doenças evitáveis por vacinação, como sarampo, cólera e hepatite. Atendemos também um número alarmante de pessoas com desnutrição, especialmente em Nigéria, Etiópia, Angola, Iêmen, República Democrática do Congo, Afeganistão e Burkina Faso.
Houve também boas notícias sobre a tuberculose: publicamos os resultados positivos do ensaio clínico endTB, que identificou três novos regimes de medicamentos seguros para a tuberculose multirresistente — tratamentos mais eficazes e muito mais curtos.
Alguns desses tratamentos usam a bedaquilina, cujo preço tem sido um problema. Por meio da Campanha de Acesso de MSF, a fabricante Johnson & Johnson retirou algumas de suas patentes do medicamento, permitindo a utilização de versões genéricas. Com a pressão da Campanha de Acesso, também conseguimos que a Cepheid, que fabrica testes de diagnóstico, concordasse em reduzir em 20% o preço de alguns testes, incluindo o da tuberculose.
Também em 2023, após três anos de intensa pressão por parte de MSF, a Organização Mundial da Saúde (OMS) acrescentou o noma à lista de doenças tropicais negligenciadas, o que deve chamar a atenção para a doença, facilitar as atividades de prevenção e tratamento, e estimular que mais recursos sejam destinados para combatê-la.